A casa de artes e ofícios em Guimarães que é loja e ateliê

A Oficina, em Guimarães. (Foto: Miguel Pereira/GI)
A Oficina foi criada em 1989 para valorizar e divulgar as artes e os ofícios tradicionais. Hoje, a cooperativa é conhecida pela organização do Guimarães Jazz e do Guidance, entre outros. Mas é na Loja d’A Oficina, em Guimarães, que a missão inicial continua mais presente.

É mais do que uma loja:quem entra pode encontrar os artesãos a trabalhar. Ao fundo do edifício, estreito como a maioria no Centro Histórico de Guimarães, há um espaço de ateliê onde é possível ver o bordado de Guimarães a sair das mãos de mulheres que já foram formadas nos cursos d’A Oficina. Dependendo da hora, a roda de oleiro pode também estar a girar e, com sorte, é possível ver crescer, de uma massa de argila informe, uma bela Cantarinha dos Namorados.

As peças que ali se fazem avançam depois para as montras da loja, onde são comercializadas, juntamente com outras de mestres de Guimarães. A cerâmica, azulejaria, bordado, latoaria e trabalhos em ferro forjado dominam o espaço, mas também lá estão os couros e as miniaturas perfeitas edifícios icónicos da cidade.

O espaço reúne loja, museu e ateliê. (Fotografias: Miguel Pereira/GI)

O saber-fazer nacional e manual é o pilar deste espaço.

A Cantarinha dos Namorados, uma peça tradicional de Guimarães, ocupa lugar de destaque. A peça era uma oferta do homem, no pedido de casamento. Se aceite, estava conquistada a mulher, embora faltasse ainda convencer os pais. Quando a união era reconhecida pelas famílias, a cantarinha servia para guardar as prendas dadas aos noivos.
Hoje, a cantarinha serve como objeto decorativo e registo desses tempos. Uma memória ameaçada porque, apesar dos cursos de formação profissional promovidos pel’A Oficina, “não há quem veja nisto uma oportunidade profissional”, lamenta Catarina Pereira, diretora da Casa da Memória e responsável pela Loja.

O espaço fica situado na Rua Rainha Dona Maria II.

Produtos mais contemporâneos podem ser encontrados na loja a par com peças tradicionais. Subindo ao espaço expositivo, até 26 de março, é possível admirar o trabalho dos ceramistas Alberto Azevedo e Cristina Vilarinho (coletivo P2), como exemplo de um novo olhar sobre a tradição oleira da região. Sobre o espaço, há ainda a assinalar uma curiosidade: foi a casa onde nasceu o historiador Alberto Sampaio (1841-1908).

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