«Prove o sabor de algas marinhas. É magnífico». É com este conselho, dado por quem sabe, que termina o breve mas elogioso texto sobre a Emanha, uma geladaria artesanal da Figueira da Foz aberta desde 1980 e que foi eleita pelos leitores do jornal The Guardian como uma das 20 melhores da Europa.
A geladaria artesanal é um negócio de família iniciado por Américo Nogueira e que abriu portas em 1980 na Avenida de 25 de Abril, na Figueira da Foz. O nome, diferente do habitual, refere-se a uma terra em Huambo, Angola, de onde Américo veio para Portugal com a família, corria o ano de 1975.
A ideia original foi, na verdade, abrir um quiosque de verão na praia da Claridade, mas rapidamente se expandiu para a de criar um estabelecimento que tivesse condições para estar aberto todo o ano, como aliás Américo fez questão de fazer, ao contrário do que era usual com este tipo de negócios mais sazonais.
«Conseguimos logo algum sucesso», lembra o proprietário do negócio, hoje com 81 anos e que ainda vende gelados diariamente, com a ajuda de uma equipa de 20 pessoas. E se no início recebeu ajuda e formação de uma empresa para estabelecer o negócio, rapidamente foi realizando viagens a Itália, e encontros com mestres gelateiros, para aprender e apurar receitas de autor.
O sabor referido pelo The Guardian é feito com leite fermentado com grãos de kefir e algas, neste caso, espirulina, uma alga de água doce muito utilizada pelos nutricionistas. E é um dos cerca de 100 sabores de gelado desenvolvidos pela Emanha, que nas suas duas lojas na Figueira da Foz costuma ter sempre à volta de 40 diferentes, entre os clássicos e os de criação própria.
Duas bolas de gelado em cone custam 4 euros, e aos que alegam ser um preço elevado, Américo Nogueira responde que «a qualidade tem o seu custo». Talvez por isso os seus gelados tenham sido também já premiados duas vezes em concursos promovidos pela Câmara do Comércio Italiana.
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