Clean & Safe: o que a hotelaria está a fazer para reabrir em segurança

Os hotéis, agências de viagens e empresas de animação turística estão a preparar a reabertura, com segurança. (Fotografia de Sara Matos/GI)
Formação de funcionários e limpeza dos espaços são algumas das medidas que os estabelecimentos têm de se comprometer a tomar para receber o selo “Clean & Safe”. A iniciativa é do Turismo de Portugal e visa dar “confiança aos turistas”, numa altura em que o setor se prepara para reabrir, ainda com o Covid-19 no rol de preocupações.

Da próxima vez que entrarmos num hotel, turismo rural ou parque de campismo é provável que vejamos à porta – ou mesmo antes, numa rede social ou no momento da reserva no website – um selo a dizer “Clean & Safe” (limpo e seguro, em português). Se o virmos, é sinal de que o estabelecimento cumpre normas de higiene e limpeza para prevenção e controlo da Covid-19.

A iniciativa é do Turismo de Portugal e visa atestar (e incentivar), por um lado, as boas práticas dos operadores turísticos e, por outro, transmitir confiança aos turistas de que é seguro passar férias em Portugal. Por agora, só os empreendimentos turísticos, empresas de animação turística e agências de viagem registados na Autoridade Turística Nacional vão apresentar este selo.

Por empreendimentos turísticos entende-se todos os tipos de alojamento exceto os alojamentos locais: aldeamentos, hotéis, apartamentos turísticos, resorts, turismos de habitação e em espaço rural, parques de campismo e caravanismo. Mediante a apresentação do selo em local físico ou digital, cada um deles certifica que tem em marcha um protocolo interno de “higienização necessária para evitar riscos de contágio”.

(Fotografia de Maria João Gala/GI)

As medidas têm de estar “de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, sublinha o Turismo de Portugal, e aplicam-se também a assegurar “os procedimentos seguros para o funcionamento das atividades turísticas”. O selo “Clean & Safe” ganha especial importância tendo em conta que são as empresas que se candidatam a recebê-lo, de forma opcional e gratuita. Uma vez atribuído, tem a validade de um ano.

 

Quais são as medidas?

Mas, afinal, o que têm de assegurar estes estabelecimentos? No caso dos empreendimentos turísticos, podem mencionar-se, a título de exemplo: que todos os funcionários receberam informação e/ou formação sobre como lavar as mãos corretamente, etiqueta respiratória e conduta social (cumprir distanciamento, evitar contactos próximos e vigiar possíveis sintomas). Cumprir as orientações da DGS para limpeza de superfícies e tratamento da roupa é outra delas.

Os estabelecimentos têm também de ter equipamentos de proteção individual em número suficiente para todos os trabalhadores e clientes, stock de toalhetes de uso único humedecidos em desinfetante, lixívia e álcool a 70o, dispensadores de solução antissética de base alcoólica ou solução à base de álcool junto aos pontos de entrada/saída, e sempre que aplicável por piso, à entrada do restaurante, bar e instalações sanitárias comuns.

(Fotografia: DR)

O documento do Turismo de Portugal a que a Evasões teve acesso especifica ainda, entre outros, que o estabelecimento deve assegurar processos de lavagem e desinfeção de piscinas, banheiras de hidromassagem e outros espaços de spa, assim como a renovação do ar em salas e espaços fechados e a higienização dos utensílios nas zonas de restauração e bebidas, procurando “evitar ao máximo a manipulação direta dos alimentos por clientes e colaboradores”.

 

Quantas empresas já aderiram?

Segundo o Turismo de Portugal, 2.864 empresas pediram adesão ao selo “Clean & Safe” até ao dia 7 de maio, das quais 38% se enquadram nos empreendimentos turísticos, 39% nas empresas de animação turística e 23% nas agências de viagens. O pedido é feito pelas empresas de forma online e, uma vez submetida a “declaração de compromisso”, as empresas recebem o selo, que podem apresentar nas instalações físicas e nas plataformas online.

“O Turismo de Portugal, em coordenação com as entidades competentes, irá realizar auditorias aleatórias aos estabelecimentos aderentes”, de forma a apurar se as medidas preconizadas estão a ser cumpridas. Na mesma lógica de implementação de boas práticas, também o Turismo do Algarve tem em curso o “Manual de Boas Práticas – Algarve Clean & Safe”, um documento-base que reúne orientações específicas para alojamento, restauração e similares, marinas e portos de recreio, concessões de praia, golfes, parques aquáticos, empresas de animação turística, parques de campismo e autocaravanismo, rent-a-car, agências de viagens, entre outros.

“O objetivo é apresentar medidas que reforcem a segurança do destino e a confiança de turistas, trabalhadores do setor e residentes” no Algarve, lê-se num comunicado do Turismo do Algarve sobre a retoma do setor. O documento, “elaborado em parceria com as associações das respetivas áreas de atividade turística”, tem o intuito de ser partilhado com autarquias, autoridades de saúde, forças e serviços de segurança e entidades licenciadoras/fiscalizadoras.




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