Por estes dias, em Valença, não se fala de outra coisa. João Guterres, que até ao ano passado presidiu a Confraria da Lampreia do Rio Minho, e Jorge Fernandes, proprietário de um restaurante italiano na cidade, juntaram-se certo dia e decidiram criar uma piza de lampreia. O resultado, garantem, tem colhido muitos elogios e está à prova desde fevereiro no Casa di Mamma.
«Fiz um trabalho de investigação para saber como podíamos usar a lampreia (…), baseada na receita de lampreia à Bordalesa. Pomos à boca uma fatia de piza e a lampreia não tem aquela agressividade visual. É uma explosão de sabores», descreve João Guterres, mentor da ideia em conjunto com Jorge Fernandes.
A receita, apurada após três experiências, inclui a tradicional base de tomate e queijo mozarella das pizas e equivale a um «carpaccio de lampreia à Bordalesa», detalha Jorge. «Não fazia sentido fazer a piza com pedaços de lampreia em cima», pois provavelmente os mais jovens não iriam apreciar. É precisamente esse público que a dupla de valencianos pretende alcançar.
Segundo o proprietário do restaurante Casa di Mamma, a piza de lampreia é feita artesanalmente em forno a lenha, custa 13 euros e «tem tido grande sucesso», até junto de quem não comia lampreia por não gostar do aspeto e textura do animal. Na onda da aceitação popular – e autárquica, visto que até o próprio presidente da Câmara Municipal de Valença provou e aprovou o prato -, Jorge Fernandes prepara-se para levar a criação a Itália.
«Vamos aproveitar o êxito que tem tido e concorrer com esta piza no Campeonato Mundial della Pizza, em Parma, Itália». O concurso realiza-se entre os próximos dias 9 e 11 de abril, ainda dentro do calendário da lampreia do Minho. As expetativas, essas, «são sempre altas, queremos sempre fazer melhor», acrescenta o empresário, membro membro da Seleção Nacional de Pizaiolos, e que no ano passado arrecadou uma honrosa posição no concurso, um dos maiores do género e que já se faz há 27 anos.
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