Quando a porta azul-turquesa da Quinta de Sá se abre, é com alguma surpresa que se vai descobrindo o que está para lá dela. A fachada bem portuguesa pintada de amarelo, onde se lê “Quinta de Sá/Fundada em 1877” contrasta com a atmosfera boémia do interior, inundado pela claridade que entra através da claraboia.
A ausência de portas nos espaços comuns, como na entrada, na cozinha e na sala, torna a casa ampla. Já as plantas e a cor das tapeçarias e dos poufs marroquinos dão-lhe calor e um conforto informal, que tem atraído um público maioritariamente nórdico, australiano e neozelandês. São hóspedes que querem visitar o Porto mas pernoitar suficientemente longe da agitação da cidade, e este lugar em Oliveira do Douro, que conserva ainda traços rurais, preenche os requisitos. De facto, o Porto está tão perto que ocupa metade da vista que se tem do alpendre em madeira, e de dois dos seis quartos duplos. A outra metade, do lado de cá, é preenchida por terrenos ocupados por cultivo e algumas vacas, um palheiro, gatos curiosos e um vale pequeno e encantador, por onde corre um riacho.
Um dos seis quartos. (Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)
A cozinha. (Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)
A sala de estar. (Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)
O alpendre. (Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)
Não é de estranhar que a quinta de dois hectares e meio tenha acolhido há muitos anos “vindimas com vários trabalhadores”, conta Mónica Almeida, diretora de operações da empresa de gestão hoteleira Fast Turtle, responsável pela Quinta de Sá. Hoje, a terra já não dá uvas, mas dá as laranjas com que se faz o sumo para o pequeno-almoço continental, que inclui, entre a oferta tradicional, os bolos caseiros da D. Adelaide, anfitriã e rosto da quinta.
A refeição é servida na enorme cozinha, onde está uma mesa com dez lugares, e um conjunto de livros de receitas para quando a inspiração falha. Detalhes que fazem com que alguns hóspedes acabem por não querer sair da quinta durante a estadia, e regressar uma e outra vez.
Longitude : -8.587917219049073
