Um cálice de vinho do porto de boas-vindas. António Maria Pires faz questão de receber ele os hóspedes, perguntar como foi a viagem, saber que ajuda ou conselhos lhes pode dar enquanto despacha o check-in. Quando não é ele, será Susana Mota Freitas, sua mulher e parceira nesta guesthouse inaugurada há pouco mais de meio ano. Por aqui, o contacto pessoal é ponto de honra.
Experiência no negócio da hotelaria, nenhum deles a tinha: Susana é engenheira alimentar, António Maria é arquiteto de interiores. A ligação ao assunto, contudo, já lá estava, ainda que num plano tangencial: ela é dona de uma empresa de catering, e ele tinha já no portfólio o desenho de uns quantos hotéis. «Já tinha feito muitos hotéis para outros, porque não fazer um que fosse meu?», brinca.
À disposição tinham, pertença do pai de Susana, uma casa de início do século XX – um belo prédio de três pisos com pátio e que, nas suas diversas vidas, já tinha sido residência de uma família abastada, escola e edifício de escritórios. Ainda pensaram fazer dele um hostel, mas depois falou mais alto o gosto pelo conforto, pela criação de um espaço acolhedor e recatado.
Fizeram apenas sete quartos, cinco deles bem espaçosos, e decoraram-nos com o essencial, um minimalismo funcional que faz sobressair os soalhos originais em tábua, as portadas originais de madeira nas grandes janelas, os tetos trabalhados em estuque. E o mais importante não ficou esquecido: cama confortável, ambiente silencioso e total ausência de luz, ingredientes fundamentais para noites bem dormidas.
Para manhãs bem acordadas, o pequeno-almoço é servido «das 09h00 até vir o último cliente», numa sala voltada para o pátio (e no próprio pátio, adivinha-se, logo que os dias voltem a aquecer). «Um pequeno-almoço português», promete Susana, o que inclui croissant de brioche ou panquecas, sumo de laranja, bolo caseiro. As manhãs preguiçosas podem ter continuação na sala de leitura, com vista de primeira para a Casa da Música (isto para quem não estiver hospedado no quarto Estúdio, que ao acordar terá a mesma panorâmica, mas num ângulo mais elevado, da varanda-terraço). De resto, não é só pela vista que a localização vale ouro: em redor não faltam restaurantes, o mercado do Bom Sucesso fica logo ali, Cedofeita está a 10 minutos de caminhada e para tudo o resto há a estação de metro nem a 500 metros. E as dicas de António Maria à mão de semear.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.
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