Em setembro, o Real by Casa da Calçada, no Porto, chamou-lhe um figo. Discretamente. O fruto foi o primeiro passo de uma iniciativa que colocará um produto em destaque por mês. Um produto sazonal, ou muito perto disso, que será estrela em dois momentos da carta, podendo figurar no cocktail de boas-vindas, na entrada, no prato principal ou na sobremesa. Tudo criações da equipa do Largo do Paço, que permanecerá à frente da cozinha do Real até à conclusão das obras e reabertura da afamada casa em Amarante, agora apontada para 2025.
Figo passado, a iniciativa foi revelada aos media. Outubro é mês dos cogumelos, o que se traduz em arroz de robalo e boletos selvagens (50 euros, duas pessoas) e, como entrada, boletos carnudos, salteados em discreto azeite de trufa, uma gema curada que traz crocância e puré de maçã que confere acidez (12 euros).
Novembro é de alta densidade graças ao protagonismo da castanha, pelo menos a julgar por um imponente pudim do dito, a que um molho não menos espesso de laranja faz companhia certa (8 euros). Também há vitela assada com arroz, castanhas assadas, croutons e cebola caramelizada (22 euros). O ano termina com um produto sazonal honorário: servir-se-á bacalhau sob a forma de roupa velha (15 euros); e como posta fresca, do cachaço, texturas suaves e cremosas, levemente assado na brasa e servido com batatinha e cebola vinagrada (22 euros).
Com 2024 chegam os grelos, em bife à portuguesa com batata frita e esparregado (24 euros) e ao lado de um crocante de farinheira e frutos secos (14 euros). Para fevereiro, beterraba: em salada com queijo (14 euros) e, de modo mais subtil, num magret de pato em que a carne é sobretudo selada e a atenção se desvia para o ótimo puré de aipo (23 euros). Chega março, chega a amêndoa, encaminhada para a decoração do copo do cocktail Almond Breeze, que simula um ovo de Páscoa e contém rum envelhecido, xarope de agave e gengibre (12 euros); à sobremesa, tarte dela mesma, a amêndoa (8 euros). São seis meses para seguir o calendário.
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