É num ambiente luminoso e leve, com cores que remetem para o sul da Europa, que se faz uma “viagem pela Itália” na baixa portuense. “Dizer isto é um cliché”, admite Martin Rummens, criador do projeto Innamorato, que abriu no início de agosto, mas a verdade é que a ideia foi mesmo desenvolver um restaurante “100% italiano, dando ênfase à matéria-prima”.
Martin Rummens, natural da Bélgica (Bruxelas) e com família em Itália, conhece bem a gastronomia daquele país. “É uma cozinha baseada no produto”, diz. De Itália vêm, então, alguns elementos que não se conseguem arranjar por cá, como o tomate San Marzano, com que se preparam os molhos. Mas outros essenciais como o queijo burrata ou a massa fresca são de produtores locais. “A nossa burrata é incrível, muito fresca e cremosa. Demoramos algum tempo a encontrar. É feita aqui no Porto por uma família italiana [projeto Fior di Latte].” As massas frescas são do projeto da também portuense Nonna Pasta Fresca.
O desenho da carta ficou a cargo do chef italiano Gabriele Eusebi, que já passou, entre outros, pelos duas estrelas Michelin Mugaritz e La Madonnina del Pescatore. Na carta estão representadas culinárias de várias zonas de Itália. Nas entradas há três tipos de bruschetta que remetem para outras tantas regiões: caponata, da Sicília, com queijo stracciatella, pimento vermelho, tomate, cenoura e ervas aromáticas; bagnetto verde, de Piemonte, que lembra o molho verde português; e baccalà mantecato, creme de bacalhau tradicional de Veneza. Outra entrada é a já falada burrata, servida com azeite com manjericão, rúcula, parmegiano e tomate.
Os pratos principais são, para já, apenas massas. Há rigatoni de parmesão e trufa, com um pouco de sumo de limão e zest de laranja. Também não falta o tradicional sugo finto, uma das várias propostas vegetarianas da carta, com cenoura, aipo, cebola, tomate, manjerona e stracciatella. Outro clássico é a amatriciana, que “lembra a comida das avós”, com pancetta (barriga de porco curada) e tomate. Há ainda ragu bolonhesa, que tem a mesma base de sugo finto, ao qual se acrescenta salsicha fresca, pancetta e banha. Nos peixes, destaque-se o vongole rosso, um molho de mexilhão com alho e tomate. A fechar a carta está uma proposta de autor: zucchine in scapece e battuta di gamberi (massa com molho de abóbora, menta, manjericão e tártaro de camarão marinado).
Os vinhos, escolhidos a dedo por Martin, são de pequenos produtores, principalmente da região de Marche. Para já há 21 referências e é deixar que a equipa sugira a melhor harmonização. A carta de bebidas não fica completa sem uma lista de cocktails, pensada pelo bartender e sócio do projeto Bruno Kohn, sendo seis deles de autor. Ideal para um final de tarde com petiscos ou para terminar uma refeição.
Longitude : -8.2245