Quando se passa pela EN15, na localidade de Astromil, em Paredes, a determinado momento, uma pequena placa indica: Tasquinha dos Primos. É uma cortada que sobe um pouco e logo se está num largo terraço. A estrada fica escondida, lá em baixo, e não incomoda os comensais que, principalmente nos dias de sol, gostam de aproveitar o ar livre, há sombra de uma frondosa árvore. Agora no outono, a árvore está mais despida e o frio empurra os clientes para a sala do restaurante, confortável e espaçosa, decorada com elementos que remetem para a ruralidade, bem presente ainda na região.
Foi há quatro anos que a Tasquinha dos Primos abriu aqui, pelas mãos de Nélson Poeira e Susana Campos, sua mulher. Ele faz o trabalho de sala e ela prefere estar nos bastidores, à volta do fogão e do forno, trabalhando nos pratos que são servidos diariamente e nos petiscos da carta.
Tímida mas entusiasta, conta que sempre gostou de cozinhar. “Aprendi muito com a minha sogra e com a mãe da minha sogra”, lembra. Desde que o restaurante abriu que pode mostrar o seu talento ao público. E tem brio em trabalhar o tradicional mesmo à moda antiga. “Só cozinho com azeite, o óleo é só para as batatas fritas”, refere. De resto, a matéria prima com que se preparam as doses é praticamente toda local, desde as hortícolas às carnes.
Susana Campos e Nélson Poeira ( Pedro Granadeiro / Global Imagens )
Quando a casa abriu, conta Nélson, a ideia era só servir petiscos, como moelas, pica-pau, presunto para comer durante todo o dia. “A minha ideia era fazer mesmo uma tasquinha portuguesa”, mas depois percebemos que tínhamos de começar a apostar mais nos pratos”, conta. Petiscos ainda há, mas o restaurante tem sido muito solicitado pelos seus pratos do dia. A diária, que custa cinco euros, é composta por sopa, prato e café. Todos os dias há propostas diferentes – às terças cozido à portuguesa, quartas é dia de francesinha, com “um molho caseiro, que não tem nada que faça mal”, refere Poeira, quintas serve-se carne à Alentejana, sexta é dia de leitão e ao sábado de feijoada à transmontana.
Mas há mais, como frango no forno, bochecha de porco, rojões ou papas de sarrabulho, uma das especialidades. Para quem prefere peixe, também há variedade diária. “É sempre diferente porque depende do peixe fresco que encontro na peixaria”, conta Nélson. Assim, tanto se pode contar com verdinhos fritos, fanecas ou carapau.
Ainda quanto aos peixes, e porque esta é uma casa portuguesa, não podiam faltar os pratos de bacalhau: à primos, frito e com amêijoas, e à trapalhão, assado na brasa (apenas aos fins de semana e ao jantar). Também aos fins de semana, saem do forno anho e vitela assada. Pratos para aquecer e confortar, antes de se continuar a viagem.
Diária: 5 euros – Inclui sopa, pão, prato, café e bebida.
Especialidades: cozido à portuguesa, anho no forno, vitela no forno, tripas à moda do Porto, papas de sarrabulho, bacalhau
no forno.
Longitude : -8.2245
