Rice Crafters: como o arroz de Alcácer está a conquistar a alta cozinha

A espiga de arroz imediatamente antes da colheita. (Fotografia de Paulo Spranger/GI)
O mercado da qualidade e da diferenciação é o foco da Rice Crafters, marca própria da Aparroz - Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado, que reúne 30 orizicultores em regime de produção integrada.

Valorizar o arroz no mercado da qualidade em detrimento do mercado do preço tem sido a estratégia seguida pela Aparroz – Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado para posicionar a marca própria Rice Crafters num patamar de nicho. “Até há cinco anos, todo o arroz era entregue em casca à indústria, que o processa e vende em blends com diversas marcas. Nós criámos sete monovarietais, procurados por chefs de alta restauração e amantes de comida pela sua qualidade”.

Henrique Sá Pessoa e Luís Gaspar são dois dos renomados chefs que escolhem a Aparroz, revela Tiago Afonso, responsável pela área comercial. “Procuram muito o Carolino, porque é versátil e fica cremoso por fora e crocante por dentro. Também somos capazes de adaptar o arroz às necessidades dos clientes”, acrescenta. Apenas 10% da produção da Aparroz é destinada à marca própria, exportada em grande medida para Inglaterra, França e EUA; e 90% segue diretamente para a indústria.

Hoje com 30 associados, o agrupamento foi criado há 26 anos para defender a produção integrada e a manutenção do cultivo do arroz certificado no contexto das políticas agrícolas da comunidade europeia. Dos 5189 hectares de arrozais do concelho de Alcácer do Sal (o maior produtor do país) estendidos entre o Torrão e a Comporta, no Vale do Sado, cerca de metade são de orizicultores associados e resultam numa produção anual de seis mil toneladas de arroz.

Esta abundância deve-se ao ecossistema único dos campos do Sado, encaixados entre a salinidade das marés de Troia e a água doce do rio. O arroz de maior qualidade é, aliás, o que cresce nas antigas salinas convertidas em arrozais (uma vez que a planta é tolerante ao sal). “As sementes são selecionadas e cada canteiro corresponde a uma só variedade de arroz”, explica o engenheiro agrónomo Rodrigo Capela enquanto mostra o arroz em fase de maturação, antes da colheita.

A Rice Crafters vende sete variedades monovarietais de arroz. (Fotografia de Paulo Spranger/GI)




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