O jeito para cozinhar circula na família de Kelly Gyeongsuk Min. Tanto os pais como os avós da imigrante sul-coreana estabelecida em Portugal, desde 2018, tiveram restaurantes, mas o Ondo – Korean Kitchen surgiu sem que ela o planeasse.
Antes de abrir o restaurante, Kelly licenciou-se em Hotelaria, na Coreia do Sul; viveu uns anos em Madrid, onde estudou Belas Artes e trabalhou no Museu do Prado; esteve uma temporada em Palma de Maiorca e viajou pela Europa, ganhando novas perspetivas sobre cultura e gastronomia.
Chegou ao Porto há dois anos para “mudar de ares”, como a própria diz, e logo lhe agradou o tempo ameno e a proximidade ao rio e ao mar. Nos primeiros tempos trabalhou com fotografia, mas quando se deparou com um espaço disponível na zona das Fontainhas, decidiu aventurar-se, e resolveu que ia cozinhar ali comida tradicional do seu país de origem. “Não havia muita oferta, mas havia muitos turistas coreanos na cidade”, assinala Kelly.
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- O restaurante encontra-se nas Fontainhas. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
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- Kelly Min, a proprietária. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
Instalou-se na Rua de São Vítor, num lugar pequeno e acolhedor, e reuniu alguns clássicos, para acompanhar com bebidas sul-coreanas, como vinho de arroz, soju ou chá yuzu. Na carta, um dos pratos mais consensuais é o bibimbap, disponível em duas versões. Uma vegetariana, que junta arroz, vegetais, deliciosos tiras de tofu “piclado”, kimchi (um fermentado de couve-chinesa), e molho de soja; e outra com carne, e molho gochujang, à base de chili.
O korean chicken – pedaços de frango com molho agridoce – um prato muito popular em Seul, é outra opção. E uma das sugestões mais invulgares é o saboroso kimchijeon, uma espécie de “pataniscas” feitas com kimchi. Este fermentado de cor escarlate está presente em quase todos os pratos porque é “a comida de base mais importante na gastronomia coreana”.
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- Kimchijeon. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
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- Korean chicken. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
O seu sabor varia consoante a receita de cada família, “como a do molho da francesinha”, brinca Kelly. Ela recorda que, apesar de ter um grande restaurante, a avó fazia questão de fazer ela mesma o kimchi. Deste lado do mundo, Kelly segue agora a mesma receita, na esperança de que os seus cozinhados tragam algum “ondo”, – palavra coreana para “conforto” – a quem a prova.
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