Na Casa dos Panados, em Viana do Castelo, as porções são generosas e em conta

(Fotografia de Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)
Casa fundada há menos de um ano por Ana Silva e o filho Roberto, nasceu após fecho de estabelecimento com 30 anos.

Os panados sempre foram uma espécie de locomotiva do antigo bar da estação de comboios de Viana do Castelo, que Ana Silva comandou durante quase três décadas. Quando o estabelecimento fechou, por causa da reconversão do edifício histórico num hotel, foram muitos os que lamentaram principalmente por causa do seu famoso petisco. Após a tristeza do primeiro impacto causado pelo encerramento inesperado, Ana e o filho Roberto Dias, que servia ao balcão no velho (mas bonito) bar da estação, reagiram e decidiram recomeçar do zero. Transformaram a perda numa nova etapa de vida, tirando partido da fama do rei da antiga casa. Pouco tempo depois, em novembro de 2022, abriram a Casa dos Panados, que fica logo ali, quem sai da estação à direita.

E o que é se come no novo espaço de Ana? Panados, ora o que havia de ser. Sempre frescos a partir das 10 da manhã (o estabelecimento abre às 8.00 horas), todos os dias, menos ao domingo. De porco, peru ou frango. No pão ou no prato. Combinados, com batata frita e salada.“Os meus panados são muito gabados. Dizem que são os melhores do mundo”, refere a dona da casa, que os cozinha desde 1987. Segredos na sua receita diz que não há. “Acho que é a minha mão e o fazer as coisas com gosto. Depois também não utilizo qualquer febra para fazer o panado. A carne tem de ser boa”, explica Ana, contando que já teve dias de vender “sete, oito e até 11 quilos” de panados. Muito mais do que antigamente. Com menos saída, mas disponíveis como opção alternativa, há febra ou bife de frango grelhados no pão e no prato. Um combinado, seja ele qual for, custa seis euros.

Os panados também se servem entre duas fatias de pão. (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)

Do antigo bar da estação, Ana e Roberto trouxeram petiscos clássicos, que costumavam ter na vitrine: fígado de cebolada, pataniscas, rissóis (de carne e leitão), chamuças e bolinhos de bacalhau. Também servem sopa e salada (de alface, tomate e alguma fruta, conforme o que houver no dia). “Umas vezes ponho melancia, outras abacaxi, mas fruta, leva sempre”, garante a cozinheira. Sobremesas, quase não há por onde escolher. Apenas pastelaria convencional e um ou outro bolo caseiro ou pudim molotof, que Ana resolva confecionar.

De resto, as suas doses de panados (no prato) enchem o estômago de qualquer um. “Coloco sempre dois panados. As pessoas ficam muito admiradas com a quantidade, mas faço questão para que saiam satisfeitas daqui. Assustam-se mas depois comem tudo. Não mandam nada para trás”, comenta. À parte do snack, o espaço continua a funcionar como cafetaria, tal como acontecia quando funcionava na estação ferroviária. E hoje, a proprietária de 61 anos, apesar de confessar que a mudança “custou muito”, já vai dizendo que esta lhe trouxe vantagens. “Tinha ali muita história. Passei ali uma boa parte da minha vida, mas agora não trabalho ao domingo e tirei férias. Antes nunca tirava, porque o bar funcionava sempre por causa dos comboios”, conclui.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Avenida Conde Carreira, 95, Viana do Castelo
Telefone
967959837
Horário
Das 8h às 20h, de segunda a sábado.


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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