O Bravo, em Coimbra, tem esfirras com mais de 40 sabores

As esfirras eram para saborear em casa, mas, a pedido, passou a haver lugares sentados no restaurante. (Fotografia de Maria João Gala/GI),
N’O Bravo - Casa das Esfirras, em Coimbra, tudo gira à volta dessa espécie de míni pizas com diversas combinações, salgadas e doces. É “comida de conforto total”, diz Rafael Branco, luso-brasileiro que se apoiou numa velha receita de família.

São feitas à mão e para comer à mão, diz Rafael Branco, ao deixar na mesa as esfirras, apresentadas como uma espécie de míni pizas, “comida de conforto total”, qual abraço ao fim do dia. “O diferencial está na massa, que é a grande estrela”, confidencia, e já havemos de chegar a essa parte. Assinala também a sua versatilidade e lembra que, por serem porções individuais, permitem apreciar vários sabores ao mesmo tempo. Para quê escolher só um, se ali há mais de 40 opções, salgadas e doces? Ali é O Bravo – Casa das Esfirras, restaurante aberto, há pouco mais de um ano, na Baixa de Coimbra, por Rafael e Roberta Branco, um casal vindo do Brasil. É ele, luso-brasileiro, quem conta a história, lembrando como a mãe, portuguesa do norte, foi viver para o Brasil, aos 17 anos.

A massa é uma receita de família com mais de cinco décadas, garante Rafael, explicando que a avó Maria de Lurdes e a tia Noémia, emigradas no Brasil, mantiveram durante largos anos um negócio de fabrico de salgados, dos rissóis às esfirras. “Sou comedor profissional de salgados”, graceja, explicando que as esfirras, às quais é atribuída origem árabe, são muito habituais no Brasil. As da avó eram fechadas, as d’O Bravo são abertas. Aquando da pandemia, já em Portugal, Rafael quis fazer esfirras em casa e pediu a receita da avó à mãe – que também se dedicava a elas, só não a tempo inteiro, e o ensinou a fazer. Após uma fase de testes, chamou amigos para jantar e serviu as suas esfirras. Conclusão: “Ficaram deslumbrados, e eu fiquei com aquilo na cabeça”.

Roberta e Rafael, proprietários d’O Bravo (Fotografias de Maria João Gala/GI)

Rafael e Roberta mudaram-se para Portugal em 2019, deixando para trás São Paulo, uma cidade com milhões de habitantes, “cara e perigosa”. “Queríamos um lugar mais tranquilo”, conta ele, que tinha uma agência de publicidade, estava cansado das horas passadas no trânsito, e tinha familiares a viver cá. “Adoro Coimbra, não a troco por nenhuma outra cidade”, assevera, no restaurante, que se vai enchendo de gente, ao cair da noite. Se, no início, apostaram nas entregas ao domicílio, entretanto, passaram a servir, igualmente, in loco.

N’O Bravo – o nome “vem de bravura, ser corajoso” -, as esfirras distribuem-se por quatro categorias: as tradicionais, com um ingrediente (como as de carne ou frango); as que levam dois ou mais ingredientes (é o caso das de chouriço catupqueijo, descrito como um creme de queijo artesanal); as premium (distinção que advém dos produtos usados); e as doces (com combinações tão surpreendentes como banana e queijo ou chocolate branco e morangos).

As esfirras de M&Ms e chocolate e de chocolate branco e morangos.
(Fotografia de Maria João Gala/GI)

O resultado pode ser apreciado neste espaço algo escondido, na Rua dos Oleiros, com decoração faça você mesmo. Aos tons escuros, cortados pelo brilho dos néones, juntam-se referências à arte de rua, com muita cor, grafitos e mensagens como esta: “Você se parabeniza o tanto que você se cobra??”. Vamos para casa a pensar nisso – e nas esfirras, claro.

O Bravo – Casa das Esfirras
Rua dos Oleiros, 26, Coimbra
Tel.: 912 493 022
Web: obravo.pt
Das 19h às 23h. Encerra à segunda e feriados
Preço: esfirras desde 1,49 euros




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