Carlos Ferreira, chef do Forno de Pedra, começou a trabalhar cedo. Em criança já ajudava entre tachos, e aos 12 teve o seu primeiro emprego. Tirou o curso de cozinha na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, quando ainda tinha morada na Rua do Bonjardim, e passou por espaços como a Casa de Chá da Boa Nova, o Gato Verde, Chez Albert, O Mordomo e o vetusto Big Ben. Acabou por estar à frente deste último durante cinco anos, mas, por várias razões, fechou-o em 2018. Meses depois abraçou um novo projeto, o Forno de Pedra, na Rua de Guedes de Azevedo.
Apesar de manter a forte aposta nos almoços económicos, o Forno de Pedra apresenta um ambiente mais intimista e familiar, encerrando à tarde e reabrindo ao jantar. Como novidade tem os grelhados no carvão, sobretudo de peixes como o salmão, a dourada e o robalo, que “são sempre frescos”, assegura Carlos, e picanha, posta e chateaubriand, no departamento das carnes.
Mas as especialidades da casa não saem só das mãos de Carlos. Késia Cardoso, a mulher, trata das sobremesas, feitas diariamente, e dos pratos brasileiros. Afinal, como a própria diz, “do Brasil ficou o jeito para os temperos e o sotaque”. A comprová-lo, a nativa de Minas Gerais traz um generoso frasco do picante da casa. De sabor agridoce, e levemente picante, a afamada mistura, que leva azeite, malagueta e cebola, entre outros segredos, tem que ser confecionada todas as semanas, tal é a saída. Para a provar não há regras, vai com tudo – feijoada à brasileira, moqueca de camarão ou de peixe, rabada (rabo de boi estufado) e caldos de mocotó, frango e mandioca. “É tipo sopa, mas mais forte porque levam carne”, esclarece Carlos.
É quase certo ver um destes pratos nas sugestões do dia, já que estas variam entre oito e dez, equilibradamente divididas entre opções de carne e peixe. Sai muito bem a picanha com feijão preto, mas também os filetes de pescada, as lulas recheadas e o bacalhau à Brás e à Gomes de Sá, os rojões, os arrozes à valenciana, de pato ou de robalo com coentros, e a massa de salmão com cogumelos.
Nas opções de snack, Carlos destaca a francesinha feita conforme “a receita original”, que surge ao lado do cachorro, do hambúrguer e do pica-pau. O jantar funciona com serviço à carta, e a aposta é em pratos da cozinha tradicional, como polvo à lagareiro e posta à moda da casa, preparada com coração de alcatra, vinda de Arouca.
PLATAFORMAS
O desperdício foi uma das preocupações do casal que motivaram a inscrição na aplicação Too Good To Go. Das 19h às 20h quem quiser pode levantar uma Magic Box, com os pratos do dia, por 3,99 euros. O The Fork, o Odisseias e o Takeaway são outras grandes apostas.
Longitude : -8.2245