«Há tantos projetos giros que se pode fazer em Portugal», dizia, há um par de meses, Nuno Mendes, à revista DN Ócio. Jogava com as cartas junto ao peito, e guardava para si este trunfo: a breve trecho, o chef que ganhou uma estrela Michelin a fazer cozinha de raiz portuguesa em Londres vai ter morada fixa em Lisboa. Não que ele esteja de malas feitas, mas pelo menos isto é oficial: Nuno Mendes foi anunciado como chef criativo do renovado Bairro Alto Hotel, com inauguração agendada para abril de 2019.
Até abril ainda haverá, decerto, muito trabalho a fazer. Até porque as obras ainda não terminaram, e recuperar e converter em hotel todo um quarteirão de edifícios do século XVIII não é trabalho fácil ou isento de imprevistos. Mas o projeto foi já revelado em detalhe, nomeadamente a vertente de comida e bebida (isto para evitar o estrangeirismo reinante de food and beverage), que sai reforçada em relação ao Bairro Alto Hotel original – que, importa lembrar, foi um dos pioneiros da hotelaria boutique em Portugal, e venceu por quatro vezes o título de melhor hotel ex-libris europeu nos World Travel Awards.
No capítulo da mesa, estão serão cinco os espaços, todos sob supervisão criativa de Nuno Mendes. A saber: um bar de cocktails no Largo Barão de Quintela com petiscos e bebidas contemporâneos a partir do final da tarde. Um bar intimista dentro de portas. Uma pastelaria voltada para a rua, com bom café e clássicos da pastelaria nacional. Um terraço que é uma versão revista e aumentada daquele que já ali havia, de olhos no Tejo, agora com carta sazonal disponível todo o dia. E, joia da coroa, o restaurante BAHR, com projeto de interiores do ateliê The Studio, a misturar sobriedade e fogo de vista, e uma carta de cozinha portuguesa com tratamento contemporâneo. De olho na estrela Michelin, quem sabe?
No dia-a-dia, esta mão cheia de propostas estará entregue ao chef executivo Bruno Rocha, cara conhecida para quem era cliente do Flores do Bairro (e, antes disso, do Emo, em Vilamoura), o restaurante que existia no piso térreo do hotel, também ele um marco no centro da cidade. De resto, pouco mais se sabe – mas a fasquia está posta bem alto. Esperemos que abril não demore muito a vir.
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