5 restaurantes para conhecer longe das grandes cidades

Percorra a fotogaleria para conhecer os restaurantes.

(Fotografia de Nuno Pinto Fernandes/GI)

Restaurante Sever - Portagem (Portalegre)

Há quase 50 anos, o rio que corre a uns quilómetros da fronteira com Espanha inspirou o pai de Julieta

Garraio a criar um negócio com o mesmo nome.

Utilizou-o na churrascaria, no hotel e no restaurante com esplanada, o melhor dos três para aproveitar os dias soalheiros do inverno. Senta 400 pessoas, um número que pode parecer exagerado, mas que no verão é suficiente para acolher os muitos banhistas que gozam o dia na piscina fluvial, mesmo em frente. No inverno não há banhos, mas o aconchego da cozinha alentejana e da paisagem promete compensar.

Peça-se um prato quente da região, regado a azeite local e castanha de Marvão, mais um copo de vinho de uma das 100 referências da garrafeira, e está o serão garantido.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

Restaurante Sever - Portagem (Portalegre)

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

Quinta do Quetzal - Vilar de Frades (Beja)

A sala é luminosa e, aos olhos de quem entra, cativa logo pelo painel de azulejos que ocupa toda a parede

do fundo. Porém, não se tarda a olhar janela fora, pelas vidraças que acompanham a sala a todo o comprimento, e o que se vê é vinha – com sorte, mantendo-se o inverno seco e tranquilo, a folhagem de vermelho outonal continuará a pintar o cenário. É nessas fiadas de videiras, alinhadas encosta acima, que nasce o elemento central deste restaurante.

Sob consultoria do chef Pedro Mendes e com o jovem João Mourato a liderar a cozinha no dia-a-dia, a cozinha da Quinta do Quetzal põe o vinho da casa acima de tudo, ora trazendo-o para a bancada como ingrediente ora dando-lhe petiscos alentejanos que lhe façam justa companhia.

«Com um toque moderno, sem pretensões, e com respeito pela tradição e pelas receitas», resume Pedro Mendes, diante da mesa posta: ovos com silarcas, tomatada de galinha, pataniscas de mogango. Tudo cheio de sabor, e em rima com o que vai no copo. Os olhos, esses apanham uma barrigada – com o que está no prato e com a paisagem.

(Fotografia de Nuno Pinto Fernandes/GI)

Quinta do Quetzal - Vilar de Frades (Beja)

(Fotografia de Nuno Pinto Fernandes/GI)

Lagar da Mesquita - São Brás de Alportel (Faro)

O aviso surge logo no Facebook do restaurante. «Este sítio não é para todos.» Não que o Lagar da Mesquita se assuma como elitista, porque não o é. É uma casa acolhedora, numa aldeia pouco falada da serra algarvia. Uma casa de paredes rudes, de reboco ondulado, chão de tijoleira em terracota, tetos altos, mesas separadas q.b.

Em suma, é um sítio para ir quando apetecer fugir do Algarve bulicioso – no ambiente e no prato. Aqui privilegia-se a cozinha mediterrânica, juntando à mesma mesa o Sul europeu e o Magrebe, sem esquecer o Algarve. A decoração condiz com este espírito viajado, juntando peças de proveniências diversas. Há até um piano de cauda, ocasionalmente posto a bom uso, em noites de música ao vivo. Mas a peça mais emblemática é o relógio «desarrumado» que serve de logótipo, a sugerir que se perca a noção das horas e se vá ficando.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

Lagar da Mesquita - São Brás de Alportel (Faro)

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

Adega Velha - Mourão (Évora)

A um restaurante vai-se, sobretudo, pela comida. Mas também pela decoração. Pelo ambiente. Na Adega Velha, tudo isto está reunido debaixo do mesmo teto. Uma casa castiça, com paredes caiadas e várias talhas de barro espalhadas pelas salas, toalhas aos quadrados, uma enorme coleção de rádios antigos e, é claro, comida tipicamente alentejana.

A sopa de cação, o ensopado de borrego e o cozido de grão com carnes e enchidos de porco estão no topo da lista. Bem como os ovos mexidos com espargos bravos, para comer enquanto não chega o prato principal. Na maior parte dos dias, também há cantares. Por volta da hora do almoço, os homens da terra juntam-se ao balcão e mantêm vivo o cante alentejano. Tudo de forma espontânea. Um momento e um restaurante que já se tornou postal da região, mas que não perdeu a essência.

(Fotografia de Luís Pardal/GI)

Adega Velha - Mourão (Évora)

(Fotografia de Luís Pardal/GI)

Adega do Alentejano - Évora

Já lá vão mais de vinte anos desde que António João Salvador assentou arraiais nesta antiga adega. Recuperou- a ele mesmo. Fê-lo como um ato de resistência. À exceção dos afamados petiscos que fazia para os amigos, este antigo gerente comercial não tinha qualquer experiência na restauração, mas havia que defender as raízes.

Na mesa, as entradas falam por si: pão, queijo, enchidos, torresmo do rissol, pimentos assados. Os sabores condizem com o ambiente de pipas, talhas e outros objetos agrícolas ligados à cultura do vinho. Aqui não há fusões ou inovações, apenas sabores à antiga. Como a sopa de tomate, servida como nos velhos tempos, em tigela de barro, com o chouriço, a farinheira e o toucinho frito num pratinho à parte. Tudo isto regado com vinho de Borba, que, tal como nos dias do antigamente, por aqui continua a jorrar das pipas.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

Adega do Alentejano - Évora

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)