Mário Cajada, formado em Arquitetura e com um percurso nas tecnologias de informação, fala apaixonadamente do café de especialidade que conheceu em países asiáticos e do norte da Europa, onde a bebida é muito apreciada. Para cativar os portugueses para este consumo – bastante diferente do de beber um café corrente – abriu a primeira cafeteria Simpli Coffe ao pé do Marquês de Pombal, há três anos, e agora prepara a abertura de mais três espaços da marca, no Chiado e no centro de Lisboa.
“Não há tempo para beber um mau café”, advoga a marca, por isso a Simpli Coffee é para ficar com tempo, a apreciar os sabores do café e da pastelaria caseira. O balcão à entrada pode ser intimidatório para quem não está por dentro do assunto, mas há dois baristas por turno para aconselhar sobre que origem e modo de extração escolher, consoante as preferências do cliente. Todos os dias há duas origens diferentes de café de especialidade para expressos e uma dezena para cafés extraídos de outros modos.
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- (Fotografia: DR)
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- (Fotografia: DR)
O processo é pedagógico. Há que saber que o chamado café de especialidade é uma classificação atribuída pela Specialty Coffee Association, que classifica os cafés numa escala de 0 a 100. Todos os que têm mais de 80 pontos são cafés de especialidade, de origem 100% arábica, espécie cultivada acima dos 1050 metros de altitude, onde o fruto amadurece mais lentamente porque o clima é mais fresco. O resultado é um café com “maior concentração de açúcar, menos cafeína, mais sabor e mais aroma”, explica Mário Cajada.
A marca vende cafés de países tão distintos como o Brasil, Colômbia, Honduras, Nicarágua, El Salvador, Panamá ou Costa Rica e aposta na qualidade de cada variedade, por isso não faz “blends”. Para selecionar os cafés, Mário certificou-se de que são produzidos de forma ambientalmente sustentável, colhidos de forma artesanal e vendidos em comércio justo. A torra dos cafés, por sua vez, é feita numa máquina em cada uma das lojas, durante sete a oito minutos, para retirar o melhor sabor e aroma dos grãos (ao contrário do que acontece com a torra dos cafés correntes, que dura 24 minutos).
Os clientes podem pedir café expresso, extraído numa máquina, ou de seis outras técnicas: Chemex, V60, Aeropress, French Press, Syphon e Cold Drip (extração de café a frio). No caso dos expressos, o café é servido numa pequena base de madeira com uma água gaseificada para limpar o palato e um bilhete de identidade que identifica a origem e altitude da plantação. Para acompanhar a bebida, há pão artesanal feito diariamente, croissants, brioches, bolos e pequenas refeições. Quem quiser pode levar pão para fora e café de especialidade do Brasil e Etiópia em cápsulas biodegradáveis, para tirar na máquina em casa.
Longitude : -8.224500000000035
