Porto: Abriu um bar de memórias e artistas numa antiga drogaria

No Drogaria Bar, agora têm lugar os cocktails, petiscos e peças de arte. (Fotografia: André Rolo/GI)
Chama-se Drogaria, para não deixar esquecer a história do edifício. Onde antes se vendiam pregos, parafusos e outros materiais, agora têm lugar os cocktails, petiscos e peças de arte. Tudo com cunho nacional.

«Maria Marcelino e Paulo Vieira já andavam de olhos postos naquela loja na Rua de Santo Ildefonso desde as primeiras vezes em que ali entraram para comprar pregos, parafusos e outros materiais de que precisavam para as suas lides. “Éramos clientes habituais e achávamos que o espaço tinha potencial para algo assim, para ser um bar”, conta Maria.

Quando a drogaria fechou, os dois amigos não pensaram duas vezes e lançaram-se no projeto, sempre com a intenção de manter viva a memória daquele espaço. Designers de profissão, não pouparam nos detalhes da transformação do espaço, que esteve em obras durante um ano. “Quisemos respeitar aquilo que encontramos, descascar as paredes todas até encontrar toda a história do lugar, queríamos tudo puro e duro”, explica Maria. Por isso, não é de admirar ao ver a parede de fundo em tabique. Noutras, sobressai a pedra crua, os tubos da antiga canalização a descoberto, a ferrugem. E o soalho, ainda que não seja original, mantém o espírito de autenticidade.

A ajudar ao ambiente estão peças de artesãos locais, como as almofadas de lã da Mi Mitrika e as pinturas da ilustradora Rita Laranja, que cobrem as portas das casas de banho.

À semelhança do que acontece na decoração, no bar só há espaço para bebidas de produção nacional. Aos vinhos, mais de 20 referências das regiões continentais e também dos Açores – “a filosofia é não ter vinhos comerciais que facilmente se encontram nos supermercados”, explica Ana – juntam-se as cervejas artesanais e também cocktails de autor. É o caso do Droga, que leva rum da Madeira, licor de Singeverga, limão, xarope de maçã, pepino e hortelã. Para acompanhar há petiscos, como tostas e tábuas de queijos e enchidos, servidos durante toda a noite, para que não haja fome enquanto se aprecia a música de fundo, que varia entre o jazz, bossa nova ou techno.

O Drogaria funciona ainda como uma espécie de galeria de arte. É que nos armários de madeira instalados de frente para o balcão, que já ali estavam da antiga loja – “só foram limpos, escovados e preservados”, realça Ana -, descansam várias peças de autores portugueses, na sua maioria do Porto. Quem passa na rua e deita olhos à montra vê ainda um cabeçudo de Viana, batizado em homenagem a D. Georgina, mulher do antigo proprietário da drogaria, o Sr. Mourão.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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