«Sou na noite um diamante que gira a avisar os homens, Por quem vivo, mesmo quando os não vejo». A frase é do poeta espanhol Luis Cernuda (1902-1963) e pode ser lida no Farol-Museu de Santa Marta, em Cascais. É difícil encontrar melhor frase para definir a função maior dos faróis: iluminar a orla marítima. Ou, como dizem os faroleiros, o alumiamento do mar.
«O farol nunca se apaga. Se tudo o resto falhar nós estamos aqui.» Palavras de Medeiros Migueis, faroleiro do Cabo da Roca, um dos 145 faroleiros no ativo. Desenganem-se por isso aqueles que pensam que estas estruturas cilíndricas estão votadas ao esquecimento. Bem pelo contrário. Há mais de cinquenta espalhadas pelo país, a maioria deles geridos pela Direção de Faróis – trinta no Continente, dezasseis nos Açores e sete na Madeira.
Locais como o referido Museu de Santa Marta ou o Farol dos Capelinhos, no Faial, têm gestões autónomas. Desde outubro de 2011, as suas portas abriram-se ao público, sendo possível fazer visitas todas as quartas-feiras. A adesão tem vindo a crescer. Em 2012 não chegou aos 30 mil visitantes, em 2015 foi ultrapassada a barreira dos 50 mil e só nos primeiros nove meses deste ano já tinham recebido 54 508 ; pessoas. Na próxima quarta-feira (entre as 13h30 às 16h30), não só é o dia da visita semanal, como se comemora o dia Nacional do Mar. O casamento perfeito.