Ao volante do jipe da empresa de animação turística Caminha 4×4, Bruno Correia é um guia entusiasmado pelas belezas da serra d´Arga que, a cada passo, pedem uma paragem para fotos com o telemóvel. Até porque, de resto, naquela zona o aparelho não tem qualquer outro préstimo. “Atravessamos a serra sempre sem telefone (sem rede)”, avisa Bruno, divertido. Sempre a subir até à zona das gigantes torres eólicas, são muitos os momentos em que apetece parar e apreciar: avistam-se rebanhos, cavalos e o mar ao fundo.
Bruno passa por um posto de vigia com vista deslumbrante antes de seguir para o Mosteiro de São João d’Arga. E dali prossegue para a aldeia da Arga de Baixo, à descoberta de um astronauta no quintal de um ex-emigrante no Lugar de Castanheira. Fica-se assim a conhecer José Alves, que trouxe de França (onde tinha uma empresa de transportes) esse fato de astronauta. Fazia parte de uma publicidade aos relógios Omega e ganhou nova vida como ícone serrano. “Às vezes aparecem 20 e 30 pessoas para o ver”, conta.
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- (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI)
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- (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI)
José Alves já era ele próprio um ícone como tocador de concertina, assíduo nos cantares ao desafio e na romaria de São João d’Arga. Na mesma aldeia, vale a pena conhecer o Centro de Interpretação da Serra d’Arga e também a taberna do Horácio (Campo do Vale). Casa antiga, com algumas mesas e cadeiras cá fora à porta, serve copos de vinho, cerveja ou do bagaço com mel da serra d’Arga (chiripiti). E pouco mais que os 86 anos do dono Horácio já pedem vida sossegada. “O meu pai está sempre aqui e eu dou apoio. Mantemos isto, porque também é uma forma dele sair da cama logo de manhã. As pessoas que andam na serra, principalmente os estrangeiros, gostam sempre de vir aqui”, diz o filho, Ventura Gonçalves.
Cumprimentos feitos ao veterano Horácio, o jipe abala para Dem onde se fará mais uma paragem no miradouro da Senhora das Neves, lugar de silêncio e mesas de pedra, ideal para um dos extras que se pode pedir neste passeio de jipe (e noutros também), um piquenique na serra. É um serviço prestado por outro projeto de Bruno – a Caminha Picnic – que leva cestas carregadas com refeições para saborear em passeio.
“As pessoas podem fazer um piquenique sem ter o trabalho de o preparar. Fazemos piqueniques chave na mão. Temos vários tipos (pode ir de 25 a 100 euros, entre duas a 10 pessoas), mas deixamos à pessoa escolher o quer e fazemos a entrega no local”, refere o promotor. O passeio de jipe também pode variar a pedido e até ser feito à noite, para apreciar o céu estrelado.
(Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI)
Cavalo garrano
Os cavalos de raça garrana fazem parte da paisagem da Serra d’Arga. São animais de pelagem castanho-escura, crina e cauda preta, que se distinguem do cavalo comum pela sua pequena estatura. Pastam em zonas íngremes e pedregosas.
Longitude : -8.224500000000035
Longitude : -8.2245
