Quando João Cunha entrou pela primeira vez, pela mão do seu tio, na Casa Lourenço, já lá vão mais de 50 anos, começou uma relação para a vida. Com apenas 12 anos, João mudou-se de Barcelos para o Porto para trabalhar na loja que o tio tinha adquirido aos anteriores donos.
Quem fundou a casa foi a família Lourenço, queijeiros da serra da Estrela que aqui vendiam os seus queijos e também frutas. Com os anos, a oferta foi crescendo, e rapidamente se tornou também especializada em presuntos, enchidos e fumados, bem como em vinhos, com uma pequena mas apurada garrafeira.
O destaque que aqui se dá ao presunto está à vista. Logo quando se entra, várias pernas penduradas na parede atrás do balão enchem o olho. “O presunto é variado e principalmente de pequenos produtores do norte do país, se bem que por vezes também há presunto alentejano de porco preto”, conta João.
A grande parte é, assim, produto nacional, “mas também temos espanhóis”, refere. Quanto a esses, atualmente só trabalham com porco ibérico, em paletas (nome que se dá às patas da frente do porco) já embaladas.
De resto, os porcos mais utilizados para o presunto português, e disponíveis atualmente na Casa Lourenço, são os bísaros, da zona de Vinhais, e os serranos, que se usam de uma forma geral em todo o norte. Chaves, Vila Real, Boticas, Montalegre são as principais proveniências dos presuntos. A maior parte é de cura natural, que inclui um período de salga e posterior secagem a temperatura fria e controlada. E não se vende nenhum com menos de 12 meses de cura. Mas também têm presuntos fumados. Os preços variam entre 14 euros e 26 euros o quilo. Pode pedir-se para fatiar quaisquer que estejam disponíveis e até embalar em vácuo, para durar mais tempo nas melhores condições.
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