Há 500 anos de história no Convento de Jesus/Museu de Setúbal

A sala do Coro Alto do onvento de Jesus, em Setúbal. (Fotografia de Rita Chantre/GI)
Magistralmente recuperado pelo arquiteto Carrilho da Graça, este monumento nacional em Setúbal, que serviu de ensaio para o desenho do Mosteiro dos Jerónimos, tem agora novas condições de usufruto, incluindo o restaurante Barriga de Freira, no antigo refeitório do convento, com uma esplanada.

As ruínas por onde os visitantes caminham logo à entrada no Convento de Jesus contam muito mais do que se possa imaginar. “Termos voltado à cota de terreno original, durante as obras, foi o que permitiu descobrir as antigas estruturas do convento: a casa da veleira, a freira que tinha as chaves do convento, a casa dos padres e a abertura para o confessionário. Antigamente até a vizinha Academia de Música e Belas Artes Luísa Todi usava uma sala que ninguém sabia que pertencia ao convento”, revela José Luís Catalão, ao serviço do Museu de Setúbal há 34 anos.

Sem condições de segurança por causa do avançado estado de degradação, o monumento foi encerrado ao público em 1990 e só reabriu 25 anos depois, terminada a primeira das três fases de obra. Com os trabalhos de conservação, restauro, museografia e iluminação das alas norte e nascente a decorrerem atualmente, a visitação encontra-se limitada, mas nem por isso revela menor interesse – e a entrada, para já, irá manter-se gratuita. É uma viagem até 1490, ano em que a primeira pedra do monumento nacional e ícone setubalense foi cimentada naquele lugar.

(Fotografia de Rita Chantre/GI)

(Fotografia de Rita Chantre/GI)

O exemplar manuelino, desenhado pelo arquiteto Diogo Boitaca, fora encomendado por Justa Rodrigues Pereira, uma mulher de poder e ama-de-leite de D. Manuel, que rapidamente colheu o apoio da irmã dele, D. Leonor, e de D. João II na fundação de um convento com capacidade para 33 freiras clarissas. A resistência a três sismos permitiu-lhe manter os traços manuelinos originais, como o portal e as colunas torsas em pedra da brecha da Arrábida da igreja de planta longitudinal, com teto em abóbadas de cruzaria em ogivas e lambril de azulejos do século XVIII.

A Sala do Capítulo e o Coro Alto são também pontos centrais na visita, sendo neste último que as freiras, em clausura, assistiam à missa atrás de uma grade. Quando as obras terminarem, o Convento de Jesus e o museu exibirão finalmente o espólio arqueológico e artístico de Setúbal.

(Fotografia de Rita Chantre/GI)


Convento de Jesus/Museu de Setúbal
Largo de Jesus, Setúbal
Tel.: 969754106/265537890
Web: visitsetubal.com
De terça a sábado, das 10h às 18h; domingo, das 14h às 18h (inverno); de terça a sábado, das
19h às 18h; domingo, das 15h às 19h (verão). Encerra domingo e feriados.
Entrada temporariamente gratuita.




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