Esta livraria portuguesa com ar palaciano é das maiores do Mundo

A Livraria Esperança fica num antigo palácio do século XVI. Fotografia: Maria João Gala /Global Imagens
A Livraria Esperança, uma das maiores do globo, tem mais de 107 mil livros expostos de capa num antigo palácio, no Funchal. Está desde 1886 com a mesma família.

Mais de 107 mil livros, com a capa exposta, distribuídos por três andares de um antigo palácio do século XVI. Está apresentada a Livraria Esperança, negócio centenário no centro do Funchal. Mas falta contar a sua história, que é de resistência.

A casa, que se apresenta como uma das maiores livrarias do Mundo, foi fundada, em 1886, por Jacintho Figueira de Sousa, como livraria e tipografia. Hoje, aquele que foi o primeiro estabelecimento comercial da Madeira exclusivamente dedicado aos livros continua na mesma família – vai na quarta geração. E, entretanto, foi criada uma fundação.

Fotografia: Maria João Gala /Global Imagens

“A maior particularidade desta livraria é os livros estarem expostos de capa”, enquanto na maioria das lojas estão expostos de lombada, com os títulos em diferentes direções, conta Cátia Câmara, a primeira mulher à frente da Esperança.

A ideia de pôr todas as capas à vista foi do pai, Jorge Figueira de Sousa, a quem sucedeu, ao voltar ao ninho após quase dez anos emigrada em Inglaterra. Foi um verdadeiro regresso a casa: “Praticamente, nasci aqui dentro. Com três dias, já cá estava”.

Cátia Câmara, a primeira mulher da família à frente da livraria.
Fotografia: Maria João Gala /Global Imagens

Os livros, que preenchem cerca de 20 salas, estão organizados em 72 secções, com temas tão diversos como literatura infantojuvenil, romance, poesia, ficção científica, banda desenhada, mecânica, política ou esoterismo. Nas estantes há espaço para fundos de catálogo, exclusivos de autores madeirenses e algumas novidades (não é essa aposta principal).

Os preços começam em 20 cêntimos (livros de colorir), podendo ultrapassar os 100 euros. “Temos edições que mais ninguém tem, no país inteiro, porque já esgotaram no próprio editor”, diz Cátia. Há clientes fiéis que se deslocam ali de propósito, até do continente, para passar o dia entre os corredores labirínticos forrados de papel, a escolher à vontade, sem ninguém a pressionar.

Fotografia: Maria João Gala /Global Imagens

Quando Cátia assumiu o comando da livraria, introduziu algumas mudanças, como os descontos, que nunca tinham sido praticados, e há mais a caminho. “Queremos trazer a Livraria Esperança para o século XXI”, afirma ela, que tenciona, por exemplo, deixar de pendurar as publicações com molas, para evitar as marcas resultantes (ainda que algumas pessoas as apreciem).

Será mais um capítulo na história da livraria, que também escapou aos incêndios de 2016 no Funchal. O fogo esteve a 50 metros, segundo Cátia, que pensou ver tudo reduzido a cinzas. “A sorte é que o vento mudou. Isto está aqui para durar.”

Envios por correio

A Livraria Esperança envia encomendas por correio e acolhe apresentações de livros, entre outras iniciativas. “é tudo negociável, aqui”, diz a responsável, Cátia Câmara.

Fotografia: Maria João Gala /Global Imagens

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