Chris Evans, um pai em desespero na nova série Defending Jacob

Chris Evans, um pai em desespero na nova série Defending Jacob
Na série Defending Jacob, que acaba de estrear, Chris Evans surge diferente do seu herói da Marvel: interpreta um procurador que vê a sua vida virada do avesso quando o filho é acusado de homicídio.

«Parece demasiado simples, mas é profundo. Geralmente, digo ‘shhhh’ [de silêncio]. Um grande e longo ‘shhhhh’. É engraçado como o cérebro é barulhento. (…) Mas é apenas barulho e provavelmente não tem nada a dizer. Então, faça um ‘shhh’. Isso irá ajudar». A declaração de Chris Evans é proferida em forma de conselho para aqueles que, tal como ele, lutam contra a ansiedade.

O ator trava esta batalha desde que tomou consciência que as audições que fazia já não eram apenas para as peças de teatro da escola da cidade de Boston, onde nasceu e cresceu ao lado de três irmãos, todos eles atores, mas para papéis com que pretendia construir um futuro sólido e com passagem por Hollywood.

Um dos momentos em que a inquietação tomou conta de si foi quando a Marvel lhe propôs protagonizar seis filmes da saga «Capitão América», que se estrearia em 2011. Evans, agora com 38 anos, começou por dizer não. «Estava com medo porque era um contrato de nove dígitos. Se fizer um filme e, de repente, decidir que não quero fazer mais nenhum, tenho oportunidade de dar um passo atrás . Mas com um contrato gigantesco, se eu não estiver bem, azar o meu. Tenho que vestir o uniforme de novo. Isso é assustador», justificou.

Foi a mãe, Lisa Evans, com quem tem uma relação de grande cumplicidade, que o ajudou. «O maior medo dele era perder o anonimato. Eu disse-lhe: ‘queres representar o resto da tua vida? Se fizeres estes filmes, terás essa oportunidade. (…) Se aceitares o papel, só precisas de decidir que ele não vai afetar a tua vida negativamente – e ele vai melhorá-la’».

Depois de vestir a pele de personagens secundárias em vários filmes, Capitão América levou-o para a primeira linha. Agora, trocou o grande ecrã pelo pequeno e a sua prestação em «Defending Jacob», que o serviço de streaming do gigante norte-americano Apple TV estreia esta sexta-feira, 24 de abril, será completamente diferente da do herói da Marvel: aqui, Chris Evans é Andy Barber, um procurador que vê a sua vida virada do avesso quando o filho (Jaeden Martell, de «It») é acusado de homicídio. A narrativa baseia-se no romance escrito por William Landay e conta ainda com Michelle Dockery, de «Downton Abbey», no elenco. Uma série «gravada como um filme de 8 horas» que chega depois de o ator ter sido alvo de rumores de que iria retirar-se deste universo. «Eu nunca falei em reformar-me. Representação não é algo de que uma pessoa se reforme», negou.

Para «Defending Jacob», Evans não precisou de recorrer a terapia, como aconteceu com «Capitão América», para conseguir lidar com a ansiedade. O desafio é, também, visto de outra forma: «Em televisão, as mentes criativas têm mais liberdade. Parece que os filmes ficam inundados com notas do estúdio e, do nada, o que era uma ideia original torna-se algo comum. Acho que é por isso que as pessoas estão a olhar cada vez mais para os serviços de streaming, que são inovadores», opinou.

Também não precisou de treinar duas horas por dia, durante quatro meses – como naquele caso -, para interpretar Andy Barber, até porque o porte físico que o tornou famoso ainda lá está. E quando descobriu Evans que era um galã? A resposta é do próprio: «Quando somos chamados para testes de imagem, entramos na sala e querem que interpretemos o herói, ou a figura cheia de estilo ou o bad boy, pensamos: «Bem, eu encaixo-me nesse papel. Por outro lado, acordo todos os dias, olho-me no espelho e penso: Realmente, consigo enganar as pessoas!. Ninguém sabe como isto [aponta para si mesmo] é de manhã!».

Solteiro por opção – diz-se «sufocado» quando alguém entra no seu mundo -, este budista, fã de Sandra Bullock e dono do cão Dodger, será agora um pai em desespero. É esse o maior desafio: «Há linguagem corporal, há postura, há tanta coisas que… eu fui buscar à minha infância a aparência e a aparência de um pai», disse. «Imagino que ser pai desencadeie profundidades de amor das quais não nos sabíamos capazes», diz.

Uma série sobre a família para um ator que, sempre que pode, deixa Los Angeles, onde vive, para ir ter com… a família. A sua.




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