Alameda de São Dâmaso: Um jardim de passeio e petiscos em Guimarães

Alameda de São Dâmaso, em Guimarães. (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
Ao redor do Jardim da Alameda o comércio local fervilha com novas casas e lugares históricos, onde se vai para comer um gelado, comprar um chapéu ou sabonetes feitos de mel. E também pelos bons petiscos.

Serão as sombras do frondoso arvoredo, ou talvez os muitos bancos de jardim, o que atrai fiéis visitantes à Alameda de São Dâmaso nas tardes de verão. O mais certo é ser a combinação dos dois, e o sossego, que nem o vaivém de carros a circundar o terreiro consegue importunar. Passeando pelo jardim encontra-se ainda um coreto e duas fontes adornadas com esculturas em bronze: a que se dá pelo nome de “Faunito” (exibe a figura de um fauno com um cacho de uvas nas mãos) e a “Menina à beira da água”. Ambas obras do escultor António Ferreira de Azevedo, datadas de 1934.

Este belo espaço arborizado às portas do centro histórico foi outrora composto por um conjunto de pequenos largos que deram lugar ao que hoje se conhece por Jardim Público da Alameda, desenhado entre o Largo do Toural e o da República do Brasil.

Pela sua localização central, foi desde sempre um importante núcleo de comércio do burgo, onde ainda hoje fervilham novos e antigos negócios.

 

 

1. Alameda Shoes Concept Store | nº 32

Esta concept store nasceu de um sonho cultivado durante as viagens de Fátima Vila Real e do marido. Em particular a Veneza, “onde visitamos uma concept store e ficamos com o bichinho de abrir uma loja nossa”, conta Fátima. Está de portas abertas desde 2017 e não passa despercebida a quem vai na rua. Na montra e nas prateleiras exibem-se malas, joalharia, óculos de sol, calçado e roupa, com curadoria a cargo do casal, que aposta em marcas nacionais de renome, como a Luís Onofre, e também internacionais, como a Pinko, Twin Set e Chiara Ferragni. Das 10h às 19h30. Encerra ao domingo.

2. Casa Júpiter | nº 53

Centenas de chapéus, boinas e bonés, em variado modelos, cores e padrões enchem os olhos de quem entra. O modelo Fernando Pessoa continua a ser o mais procurado, assim como o italiano Borsalino, e na coleção de verão deste ano sobressaem os Panamás, explica o Sr. Faria, atrás do balcão da Casa Júpiter. O negócio, a completar este ano o seu primeiro centenário, foi fundado pelo avô, que começou por dedicar-se ao fabrico de guarda-chuvas. “Depois também começamos a fazer chapéus e abrimos o espaço de comercialização”, conta o atual proprietário. Hoje, já não fazem os chapéus e apenas uma pequena percentagem de guarda-chuvas continua a ser de fabrico próprio. Aos chamarizes juntam-se ainda bengalas, relógios e carteiras. Das 09h30 às 13h e das 15h às 19h. Encerra sábado à tarde e domingo todo o dia.

 

3. Mundo do Mel | nº 55

Cerveja de mel, vinagre de mel, licor, aguardente e sabonetes, hidromel, pólen, geleia real e, claro, mel. Tudo nesta loja tem essa substância espessa e doce e outros produtos da colmeia como ingrediente principal, versáteis o suficiente para encher as paredes de cima a baixo. Tudo é produzido pela empresa Apiagro, que Josefina Freitas decidiu trazer para Guimarães depois de se deixar conquistar pelos benefícios do mel. “Gostei tanto dos produtos que resolvi abrir uma loja”, conta. Das 10h às 13h e das 15h às 19h. Encerra ao domingo.

4. Botelho by Estaminé | nº 49

“É um espaço de restauração contemporâneo, mas sem esquecer a história”, diz Ana Abreu, uma das responsáveis pelo novo Botelho by Estaminé, juntamente com Carina Vieira. Abriu a 1 de março, mas a pandemia logo obrigou a fechar portas. Agora voltou em força com propostas de pequeno-almoço, brunch e sugestões mais leves para o almoço, como os ovos mexidos com gambas e arroz selvagem. Ao jantar, a carta é rica em sabores do mundo, como o ceviche de salmão, o carpaccio e o caril de frango, a que se juntam as amêijoas à Bulhão Pato e tábuas de queijos e enchidos para petiscar. Das 8h às 23h. Não encerra. Preço médio (carta): 16 euros

5. Rota do Queijo | nº 59

Há queijos que chegam de França, Espanha, Suíça, Alemanha, Itália, Inglaterra e até da Holanda. Mas aqui também se celebram os queijos nacionais, com variedades de todo o continente e ilhas. A complementar a oferta há ainda presunto ibérico, compotas, infusões, cervejas artesanais e vinhos. Na pequena esplanada em frente à loja são servidas tábuas, baguetes, sandes e vinho a copo, com vista para a alameda, e nas prateleiras há ainda lugar para uma pequena biblioteca com livros sobre os vários tipos de queijo. Das 10h30 às 19h30. Sexta e sábado até às 23h. Encerra ao domingo.

Rota do Queijo (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

 

6. Novitá | nº 123

São gelados artesanais preparados na hora ao gosto do cliente. “Há mais de 5 mil combinações possíveis”, assume Anderson Pimenta, um dos proprietários da gelataria. Primeiro escolhe-se a base: iogurte, leite, chocolate ou uma receita secreta da casa sem glúten, açúcar, lactose ou gordura animal. Depois acrescentam-se três sabores, de entre uma generosa variedade de fruta fresca e algumas opções mais gulosas. Os ingredientes são misturados num disco a 30 graus negativos, que transforma tudo num gelado refrescante. Há ainda a provar um «gelado assado», e também waffles, brigadeiros, crepes recheados e outras delícias. De quinta a domingo das 16h às 23h.

Novitá (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

 

. Igreja e Convento de São Francisco | Largo de São Francisco

O convento franciscano que hoje se ergue a sul da alameda começou a ser construído em 1400, a mando de D. João I, mas já antes tinha existido um convento da Ordem na cidade. Estava instalado junto às muralhas e acabou por ser demolido no reinado de D. Dinis, por comprometer a segurança do burgo em caso de cerco. O que hoje se vê foi construído o longo de grande parte do século XV e daí em diante veio a sofrer várias alterações. Mantêm-se alguns traços românicos e góticos no portal principal. Já no interior, a igreja é revestida a painéis de azulejo e sobressai um grande retábulo de talha dourada.

8. Taberna Trovador | Largo do Trovador nº 10

É cozinha de conforto em ambiente rústico o que aqui se encontra, com petiscos apurados e arroz malandrinho a fazer as delícias dos fiéis comensais que ali vão também pelo atendimento familiar e a boa disposição. Bifanas, rojões e polvo em molho verde são algumas das especialidades que abrem a refeição. Depois vêm os pratos principais: arroz de tomate ou feijão com pataniscas, sardinha fritas (exceto à segunda-feira) ou naco de vitela. Para acompanhar, há uma bela seleção de vinhos nacionais e ainda as afamadas sangrias de espumante da casa. Encerra à terça-feira. Preço médio: 15 euros


Comer em conta: Petiscos do Minho, arroz malandrinho e até cantigas


 




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