A Fábrica da História vai nascer em Estarreja (e há mais património a descobrir)

A intervenção artística "Memórias", de Camilla Watson, em frente à antiga fábrica. (Fotografia: Pedro Cerqueira)
Uma fábrica encerrada há mais de 30 anos está a ser convertida em museu alusivo ao cultivo de arroz, em Estarreja. Chama-se Fábrica de História, e deve abrir ainda neste ano, com um restaurante onde aquele cereal domina a ementa. Enquanto não entra em funcionamento, há mais património industrial para conhecer, no resto do país.

No lugar da antiga Hidro-Eléctrica de Estarreja – Fábrica de Descasque de Arroz, vai nascer um museu para preservar a memória daquele espaço, sem perder de vista a história da cultura de arroz no concelho. Chama-se Fábrica da História, e a expetativa é que abra até ao fim do ano, segundo Isabel Pinto, vereadora da Câmara de Estarreja com o pelouro da cultura. Para o edifício está projetado, além de um circuito museológico apoiado em novas tecnologias, um restaurante com vista para o Baixo Vouga lagunar – e arroz na ementa, claro.

A fábrica em questão, fundada por Carlos Marques Rodrigues, começou a laborar em 1922 e fechou em 1987. No novo museu, os visitantes vão encontrar um conjunto de memórias, objetos e documentos que têm, inclusive, pontes para a edição de 2017 do festival de arte urbana Estau. Nesse ano, houve uma recolha de testemunhos de ex-trabalhadores e outras pessoas ligadas à antiga fábrica, que conduziu a um feliz acaso: nas instalações em ruínas, foi encontrado um cofre com fotografias, contratos e demais documentação sobre a casa.

A intervenção de Camilla Watson fica na parede de uma antiga mercearia onde trabalhadores e patrões da fábrica se abasteciam.
(Fotografia: Pedro Cerqueira/DR)

Antes da inauguração da Fábrica da História, estão programadas visitas performativas ao local, em data a definir. Por agora, junto ao edifício em obras podem ser apreciadas duas peças integradas no circuito de arte urbana, assinadas por Vhils e Camilla Watson (na fotografia), que remetem para o cultivo do arroz em Estarreja – ainda em curso, nas freguesias de Salreu e Canelas.

A obra de Vhils homenageia Florinda, que em 2017 era a única mulher a trabalhar na cultura do arroz pelos métodos tradicionais.
(Fotografia: Pedro Cerqueira/DR)

 


Património industrial de portas abertas

Há muito para conhecer por todo o país, em setores tão distintos como a chapelaria, o calçado, o mármore, os lanifícios ou as conservas. Estes são só alguns exemplos.

Conservas Pinhais Factory Tour | Matosinhos

A Pinhais, conserveira centenária de Matosinhos, inaugurou, no ano passado, um museu-vivo na sua fábrica. Chama-se Conservas Pinhais Factory Tour, e permite conhecer a casa-mãe das marcas Pinhais e Nuri, bem como as diferentes fases do processo de produção, ainda com base num método artesanal. A visita guiada inclui degustação de produtos e uma passagem pela loja, que vende conservas e peças de coleção.

A fase do empapelamento, ou seja, o embrulhar das latas usando as técnicas das artesãs.
(Fotografia: DR)


Roteiro por museus e fábricas | São João da Madeira

São João da Madeira mostra o seu património industrial num roteiro por vários museus temáticos e unidades fabris. Esses circuitos turísticos englobam espaços como a Viarco (a única fábrica de lápis do país), o Museu da Chapelaria, o Museu do Calçado ou a Oliva Creative Factory. É, aliás, na Torre da Oliva que funciona, há dez anos, o centro de acolhimento do turismo industrial da cidade, através do qual se pode comprar bilhetes, agendar visitas ou aceder a guias turísticos e audioguias.

A fábrica de lápis Viarco integra o roteiro.
(Fotografia de Ivo Pereira/GI)


New Hand Lab | Covilhã

Uma antiga fábrica de lanifícios, na Covilhã, virou laboratório criativo, pela mão do proprietário, Francisco Afonso. O New Hand Lab abre as portas a autores da região cujos trabalhos se aproximem da lã, mas também a visitantes, que ainda encontram muitas memórias da Fábrica António Estrela/Júlio Afonso, encerrada em 2002. Paralelamente, o espaço funciona como galeria, e também acolhe espetáculos.

O espaço é palco de diversas intervenções artísticas.
(Fotografia de Maria João Gala/GI)

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