Dormir junto ao centro de Freixo de Espada à Cinta

A proposta da Casa de Alpajares, à entrada do centro histórico da vila raiana, assenta boa mesa, bons vinhos de produção própria e uma hospitalidade sem igual. Com vistas sobre o Douro.

A Casa de Alpajares – o nome é inspirado na Calçada de Alpajares, um dos motivos de interesse do concelho – é um projeto do casal Marco Moreira da Silva e Manuela Pelicano, 49 e 45 anos, respetivamente. Ele é bragançano com família materna de Freixo de Espada à Cinta e jornalista e, nas horas vagas, produz vinhos e cozinha para os hóspedes. Ela é da terra e dedica-se a tempo inteiro ao projeto de enoturismo. Para além de tratar da logística da casa de campo, orienta os hóspedes na região.

Tudo começou pelo facto de Marco escrever sobre gastronomia e vinhos. O bichinho surgiu nessa altura e cresceu quando o jornalista se matriculou em Enologia na Escola Superior Agrária de Viseu. Entretanto, a filha do casal foi estudar para fora e a casa da família tornou-se grande demais para os dois. «E se reconvertêssemos isto? Vamos lá. Pensámos logo que, nesta região, a âncora do projeto tinham de ser os vinhos. A marca nasceu em 2009», conta Marco.

Situada a cinco minutos a pé do centro histórico de Freixo de Espada à Cinta (veja o roteiro da vila aqui), a Casa de Alpajares tem ao todo seis quartos – na casa principal, onde Marco e Manuela vivem, e num segundo edifício que surgiu depois da reconversão orientada para o turismo –, piscina exterior, pomar biológico, spa e uma sala de refeições de onde a vista alcança o Douro internacional e a vizinha Espanha.

É essa panorâmica que enquadra os pequenos-almoços, fartos e onde sobressaem as compotas feitas por Manuela, o iogurte natural igualmente caseiro, os brownies ou outros bolos acabadinhos de fazer e o mel biológico de produção própria. As outras refeições do dia podem ser servidas ali com os olhos postos «no fim do Douro» ou junto à lareira, num ambiente mais intimista. O serviço é acolhedor e familiar e o convívio e a troca de experiências são incentivados, com jantares vínicos que se prolongam pela noite fora, ao calor da lareira ou lá fora à luz da lua.

Marco confeciona receitas da mãe e da avó, bem como alguns pratos de inspiração raiana. «Uma cozinha simples, que respeita a sazonalidade dos produtos. Eu chamo-lhe gastronomia raiana cuidada», descreve. Cecina de Leão (carne de vaca desidratada), presunto (ibérico e bísaro), queijo Chèvre selado com compota de pimento, bacalhau de Alpajares (no forno), carrillera de porco ibérico, nacos de vitela, pudim de abóbora, torta de laranja e bolo de amêndoa são algumas das sugestões que vão à mesa com os vinhos Casa de Alpajares. Referências que nascem em cepas de vinha velha (1,5 hectares em Poiares) e fogem ao perfil da região.

São «mais leves, têm menos álcool», explica Marco, representam uma produção de apenas 5 mil garrafas por ano e, à exceção de um ou outro negócio amigo da família, só podem ser adquiridos na casa de campo – o mesmo acontece com o azeite da marca, que nasce num olival com 10 hectares na Ribeira do Mosteiro. Este ano, o produtor quer abrir uma enoteca com sala de provas e plantar uma vinha pedagógica onde estarão representadas todas as castas do Douro. Projetos que só enriquecerão a experiência de uma unidade turística situada em pleno Parque Natural do Douro Internacional.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

Veja também:

Viagem num dos tesouros mais remotos do país
Um turismo rural restaurado em Foz Coa junto ao Douro
Um roteiro para conhecer o Fumeiro de Montalegre




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend