Do fado à cozinha de chef: há novidades nos hotéis Memmo, em Lisboa

Por mais vezes que se desça as escadas da Rua D. Pedro V, o postal lisboeta que se expande no horizonte impressiona sempre pela sua beleza. O cenário composto pelo laranja dos telhados, o azul do céu e as cores das fachadas dá vontade de abreviar o check-in e correr para o terraço do Memmo Príncipe Real, o cinco estrelas que há cinco anos se veio juntar aos Memmo Alfama e Baleeira, em Sagres. Transposta a fase mais dura da pandemia, são muitas as novidades.

Tal como em Alfama, o projeto é do arquiteto Samuel Torres de Carvalho, que escolheu a madeira para revestir o interior, em harmonia com a pedra lioz. Na decoração das áreas comuns e dos 41 quartos sobressaem várias obras de arte, tapeçarias e detalhes de luxo como televisões Bang & Olufsen, amenities Hermès e lareiras nas varandas de algumas tipologias. Já o serviço que abre a cama à noite deixa a previsão da meteorologia e sugestões de agenda debaixo de um chapéu.

O hotel resguarda-se da agitação do Príncipe Real, mas traz para dentro a essência boémia, cosmopolita e sofisticada do bairro. A começar pelo Café Príncipe Real, liderado pelo chef executivo Jorge Fernandes, que aos 35 anos foi souschef de António Bóia quase uma década. No terraço do hotel, está a plantar uma horta biológica. A carta, que será refrescada em abril/maio, tem pratos de fusão portuguesa e mediterrânea e é complementar à do menu de almoço, a 25 euros.

Croquetes de pato com chutney de manga e camarão com maionese de citrinos; tártaro de atum com manga, kimuchi e abacate; e beringela caramelizada com mel, soja e cebolinho são algumas das opções para partilhar. Nos principais, há risoto negro de camarão e lima e pregado com batata assada, alcaparras, espargos, tomate cherry, por exemplo. Para um final doce, são valores seguros a pavlova de frutos tropicais com sorbet de goiaba e fatia dourada com doce de ovos e baunilha.

(Fotografia: DR)

A maioria dos clientes vem de fora do hotel e as sessões de DJ de quinta a sábado (em que a música não se sobrepõe à conversa) explicam parte do sucesso. Mas também há uma renovada carta de cocktails de autor, e serviço é polido e atento ao detalhe, sem ser demasiado formal. Outro dos pontos em comum entre os dois hotéis diz respeito às piscinas encimadas em lugares com vista. No Memmo Alfama, descrito como “uma casa grande e não um hotel pequeno”, há 42 quartos.

As refeições são servidas no The Terrace, animado com noites de Fado com a artista residente Silvana Peres, às terças e quintas, das 20h às 23h. Durante esse horário está disponível o menu Fado & Petiscos, que por 35 euros por pessoa leva para a mesa caldo verde com presunto ibérico tostado, croquetes de novilho, camarão na frigideira, pica-pau de novilho, mousse de chocolate caseira com salame, café e um copo de vinho branco ou tinto. Sem faltar, claro, a ginginha.