Do calçado às plantas: seis novas lojas para ir às compras em Lisboa

Poeira Botânica. (Foto: Paulo Alexandrino/GI)
De calçado de design português a plantas de colecionador, passando por lingerie vintage, artesanato de países asiáticos e peças de roupa de malha, conheça estas seis lojas que ainda cheiram a novo, um pouco por toda a cidade de Lisboa. Boas compras!

Lachoix, Lisboa
Sapatos rasos e versáteis

Fátima Carvalho abriu a Lachoix Studio no Príncipe Real, no final de outubro, com uma montra de sapatos rasos criados a pensar nas mulheres urbanas e sofisticadas que precisam de alternativas práticas aos saltos altos.

A estética branca e clean da Lachoix Studio coloca-a ao nível de uma galeria de arte, e é mesmo isso que a fundadora da Lachoix, Fátima Carvalho, quer para o seu espaço no Príncipe Real: uma concept store que junta calçado, atelier, galeria de arte e espaço para colaborações com outras marcas portugueses, mas não só. Nas prateleiras em frente à entrada estão os loafers (sapatos rasos) que lançou para o mercado, pela primeira vez há três anos, com destaque para os Tomboy Chic.

A nova loja de sapatos. (Fotos: Leonardo Negrão/GI)

“São sapatos andrógenos com um toque muito feminino, clássicos e de cores lisas”, descreve a diretora criativa da Lachoix. Comercial na área do Turismo e Gestão Hoteleira e sempre atenta à moda, Fátima lançou-se na criação dos próprios sapatos quando decidiu deixar de usar saltos altos, mas não encontrou alternativas com qualidade e a preços intermédios (além de usar ténis). Encontrar um gabinete de design e uma fábrica disposta a produzir em pequena escala levou quatro anos.

Além do calçado, há cerâmica e livros na Lachoix.

Produzidos em couro, veludo e pele – com ou sem padrões – são “versáteis, intemporais” e não obedecem a estações nem a tendências. Os mais recentes são os penny loafers chunky, com sola mais grossa. Na loja, o calçado divide o
protagonismo com peças de cerâmica e livros de moda que também podem ser comprados, daí a Lachoix Studio estar em constante mutação. O próprio nome da marca (“escolha” em francês) remete para a ideia de diversidade e adaptabilidade.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 


Boudoir Vintage Boutique, Lisboa
Lingerie vintage e roupa de palco

Roupa feminina íntima e outras em segunda mão, para todos os corpos e géneros, é a oferta da Boudoir, a nova boutique vintage da Avenida na Almirante Reis.

Por trás das cortinas encarnadas de veludo desta loja encontra-se um catálogo de artigos vintage difícil de igualar e escolhido por Catarina Querido, a criadora do Anjos70 Art & Fleamarket, que já leva oito anos. Quando a pandemia a obrigou a parar com os eventos, a lisboeta de 29 anos virou-se para a venda de roupa vintage online e deu fôlego à ideia de abrir uma loja. Assim nasceu a Boudoir Vintage Boutique, focada na lingerie e loungewear vintage e na roupa em segunda mão.

Há roupas para todos os corpos e géneros na Avenida Almirante Reis. (Fotografias: Leonardo Negrão/GI)

“Comprar vintage é usar peças únicas de grande qualidade e ser mais sustentável”, argumenta Catarina, adepta da slow fashion e reconhecendo “a nostalgia” que cobre o universo vintage. No caso da Boudoir, fala-se de vestuário, calçado, acessórios de moda, objetos de decoração, livros e revistas Playboy vendidos entre 1960 e 2000. A oferta inclui também roupa de palco (procurada por artistas, performers e atores) e roupa em segunda mão, assim como stocks descontinuados ou nunca vendidos.

Catarina Querido, responsável pela loja.

É o caso de alguns soutiens de retrosarias e lojas de lingerie que encerraram em décadas anteriores, ou mesmo durante a pandemia, e de um conjunto de óculos de sol dos anos 80 e 90 que nunca viram a luz do dia e ainda têm o preço em escudos. Em paralelo, a Boudoir acolhe no piso inferior o estúdio Françoise Tattoo, com vários tatuadores pop-up, o atelier de moda sustentável Kahumbi (onde se pode comprar peças únicas, fazer arranjos e aprender) e o hairstylist Local Hair Fairy.

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Armazém das Malhas, Lisboa
A aquecer o corpo desde 1941

O Armazém das Malhas abriu uma nova loja nas Avenidas Novas, sob a batuta dos netos do fundador da marca. A aposta continua a ser nas malhas clássicas para homem e mulher.

Durbalino Marques, nascido perto de Aveiro, foi para Lisboa trabalhar na firma Miranda & Ferreira, fundada em 1941, mais tarde comprou-a e foi assim que nasceu o Armazém das Malhas. Ensinou tudo aos netos Tiago e Tomás, de 34 e 30 anos – desde o trabalho com o fio da malha à relação com os fornecedores – e hoje são eles que gerem o negócio com duas lojas: uma na Rua do Forno do Tijolo, nos Anjos; e outra no Arco do Cego, Avenidas Novas, aberta em novembro.

A nova morada do Armazém das Malhas. (Fotografias: Leonardo Negrão/GI)

“Quisemos expandir para uma zona mais central e próxima dos nossos clientes”, justifica Tiago enquanto mostra o espaço, decorado com um telefone e um rádio antigos e uma máquina Singer de tear malhas. As roupas dão colorido ao espaço. “Os pullovers são o nosso produto estrela, mas também temos camisolas, camisas, casacos, pólos, t-shirts e mantas feitas em teares manuais na Serra da Estrela. A coleção de inverno é feita com lã de cordeiro e a de verão com linho”, acrescenta.

Tiago Luís, neto do fundador desta marca.

Todo o processo é controlado pelos irmãos, desde o desenho das peças, “clássicas e intemporais”, à escolha dos materiais e composições. “Claro que o nosso avô mantém-se emocionalmente ligado ao dia-a-dia do negócio”, comenta Tiago, formado em Gestão. Já o irmão estudou Geografia. Amigos do meio ambiente, incentivam também os clientes a aderir ao programa “Sell 1 Buy 1”, que permite vender roupas usadas em bom estado e ganhar créditos, abatendo-os em compras.

 

Texto corrigido às 11h50 do dia 16 de março em relação à morada de uma das lojas, que se situa na Rua do Forno do Tijolo, nos Anjos, e não na Rua dos Fanqueiros, na Baixa, como escrito inicialmente.

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Via Orientalis, Lisboa
Um salto ao Oriente

Jianjing Che é natural da China, estudou língua portuguesa e aos 24 anos abriu uma loja de artigos tradicionais para dar uma “nova visão” sobre os países asiáticos.

A aparente desordem na exposição dos artigos torna a Via Orientalis exótica e atrativa, na concorrida Rua Domingos Sequeira, entre a Estrela e Campo de Ourique. Foi ali que a jovem Jianjing Che, natural de uma cidade no norte da China, abriu este negócio, em conjunto com o namorado nepalês, para dar uma outra visão sobre os países asiáticos.

O programa de intercâmbio entre a universidade onde estudava língua portuguesa e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em Lisboa, motivou-a a vir a Portugal. Ao fim de dois anos regressou ao país natal para terminar o curso – “o trabalho de tradutor dá muitas oportunidades na China”, explica -, mas Lisboa, “uma cidade aberta e multicultural”, falou mais alto, e nela passou a pandemia.

A nova loja de artigos tradicionais do Oriente. (Fotografias: Leonardo Negrão/GI)

Che Jianying e Niraj Poudel, os responsáveis.

No pequeno espaço misturam-se objetos tradicionais de vários países asiáticos, como por exemplo cadernos artesanais dos Himalaias feitos com uma técnica milenar; abat-jours; máscaras tibetanas em madeira e argila; papagaios japoneses com diferentes desenhos e significados; xilogravuras chinesas; bijuterias, taças,
incensos, apanha-sonhos e livros. Numa mesa no exterior, pode-se beber café e chás.

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Ojo Gallery, Lisboa
Uma montra de artistas portugueses

A Ojo Gallery, inaugurada no final de fevereiro na Estrela, é uma montra de artistas portugueses e tem uma exposição de peças únicas inspiradas no Alentejo.

Marie de Carvalho não esconde o orgulho e satisfação que sente com a Ojo, inaugurada oficialmente no final de fevereiro. A viver na Lapa há quatro anos depois de deixar, em Paris, um cargo de diretora de marketing e comunicação na área do Design e por querer “dar uma experiência internacional” às filhas, no Liceu Francês, a luso-descendente escolheu, desde logo, artistas nacionais para decorar a casa. Como não conhecia ninguém, lançou-se a percorrer Portugal de lés-a-lés.

Do norte, de onde trouxe uma máscara de Lazarim, ao sul, onde encomendou uma consola a um carpinteiro, Marie foi conhecendo diferentes artistas. Para a Ojo, pediu-lhes que fizessem peças inspiradas no Alentejo. O resultado estará exposto nas paredes, montras e prateleiras que a própria construiu com lajes de mármore, durante os próximos três a quatro meses. São peças únicas feitas em cerâmica, madeira, têxtil, fotografia e ráfia, com cores a lembrar as paisagens alentejanas.

O novo espaço abriu em fevereiro no bairro da Estrela. (Fotografias: Leonardo Negrão/GI)

Marie de Carvalho, a proprietária da Ojo Gallery.

Segundo Marie de Carvalho, muitas já estão vendidas e a aguardar a expedição para casas de clientes em Portugal, mas também Londres ou Paris. O próximo tema será o Douro, e motivará uma mudança na própria loja, com a entrada de prateleiras em xisto e peças inspiradas nos ambientes da região. A Ojo é, assim, uma forma de divulgar além fronteiras o trabalho dos artistas e designers portugueses.

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Poeira Botânica, Lisboa
Plantas dos Açores e paisagismo

A empresa de design de interiores Poeira juntou-se à Azores Botanics e o resultado foi a Poeira Botânica. Aqui há plantas açoreanas, vasos italianos e muitas ideias para decorar espaços interiores e exteriores.

Aplicada à arquitetura e ao design de interiores, a biofilia (“amor à vida”) consiste em criar ambientes naturais em espaços construídos, para reaproximar as pessoas da natureza e proporcionar conforto e relaxamento. É isso que a Poeira Botânica promove, com Francisca Maltez, da Azores Botanics, e Mónica Penaguião, da Poeira. A nova loja, aberta em dezembro perto do Rato, está repleta de boas ideias.

“Oitenta por cento das plantas que aqui temos são açorianas, criadas em viveiros sem químicos e borrifadas com água do mar. Por serem subtropicais, estão habituadas a ter pouca água e dão-se bem em espaços interiores”, explica
Francisca, natural da Horta, formada em Biologia e arquiteta paisagista. Ali têm plantas de coleção, como a zamia furfuracea e a bismarckia nobilis, por exemplo.

Francisca Maltez, uma das responsáveis pelo novo espaço. (Fotografias: Paulo Alexandrino/GI)

Aqui há plantas, vasos e outros artigos de decoração.

A loja também vende plantas da época, para chegar a vários públicos, e tem como serviço assegurar a devida manutenção, nas casas de quem não sabe ou não tem tempo para cuidar. Encomendar projetos de design de interiores e paisagismo é outra das hipóteses. Entre os artigos da Poeira Botânica encontram-se ainda vasos italianos em terracota, velas, cheiros, livros da especialidade e algum mobiliário.

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