Tudo o que há de novo nos restaurantes (e esplanada) Tágide, no Chiado

Lingueirão, arroz, pimento fumado, coentro e caviar Guba, um dos novos pratos da carta do menu de degustação do Tágide. (Fotografia: DR)
Os restaurantes Tágide e Tágide Wine & Gastrobar, ambos no Chiado, têm novidades estivais da autoria do chef Nikita Zelenscicov. Em frente fica a esplanada Um Elétrico Chamado Tágide, para petiscar e beber um copo de vinho ao fim do dia.

Desde outubro passado que o chef Nikita lidera as cozinhas dos Tágide, depois de ter estado quase uma década no Grémio Literário, “um segredo bem guardado no Chiado”. Não é que se tenha mudado para longe. A vantagem foi ter ganho a vista para o Tejo, a cujas tágides (ninfas) Camões apelou por inspiração para escrever Os Lusíadas. Além da vista, a sala em tons de branco e azul destaca-se pelos seus azulejos, figuras da mitologia clássica e duas fontes de pedra do século XVII.

Clássico da restauração lisboeta, tendo sido o primeiro galardoado Michelin na cidade, o Tágide tem procurado manter-se um espaço intemporal, sinónimo de uma cozinha consistente e de grande nível, muito graças à plena dedicação de Suzana Barros de Brito, a proprietária. Foi essa responsabilidade que o chef Nikita herdou, conservando o estilo de cozinha do lugar sem se coibir de imprimir o seu. Este verão, o chef introduziu algumas novidades na carta e no menu de degustação.

O kiwi foi a fonte de inspiração e surge no amuse-bouche sobre um pão de farinha de alfarroba e especiarias com uma falsa cereja de geleia de ginja recheada com foie gras. Os momentos seguintes trazem lingueirão e molho de coentros, arroz frito e pimento fumado; e choux de cogumelos com brócolos grelhados, couve-flor e papada de porco. Nos principais, peixe do Atlântico corado, amêijoas, gratin de batata-doce e esparregado; e magret de pato, puré de cenoura, maçã e couve.

A viagem termina com um pastel de nata desconstruído em gelado, crumble de canela e mil-folhas e um semi-frio de avelã com sagu e gelado de ginja, pérolas de tapioca, crocante de chocolate e chocolate branco ralado. “Gosto sempre de inserir alguma história pessoal nos pratos. Sejam eles os aromas que senti ou uma experiência que tive em criança”, explica o chef luso-moldavo de 30 anos que ia apanhar amêijoas e mexilhões quando passava o verão, em criança, na Crimeia.

Nikita é também o autor do menu do Tágide Wine & Gastrobar, que ocupa o andar debaixo do edifício pombalino. Redecorado recentemente com pratos coloridos da Bordallo Pinheiro e sofás aproveitados do Saraiva’s (que pertencia ao grupo), este espaço é mais informal e conjuga o ambiente de um bar de vinhos com o requinte da alta cozinha. Muitos pratos mantiveram-se do espaço anterior, mas também há novos, como a moqueca de grão com arroz de lima, especiarias e frutos secos.

Já a tosta de sardinha braseada com flor de sal e azeite em torricado de broa de milho transitou da esplanada do elétrico para dentro. Os vegetarianos também têm um menu que pode ser harmonizado com vinhos naturais. O vinho, de resto, é uma das marcas do Tágide, que se orgulha de promover os pequenos produtores.

(Fotografia de Ricardo Lopes)

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend