Porto: na renovada Arcádia, chocolates e drageias nascem à vista dos clientes

Loja da Rua do Almada vende chocolates avulso e outras guloseimas. Fotografia: Igor Martins/Global Imagens
A loja da Arcádia na Rua do Almada, inaugurada em 1945, reabriu com novo rosto e maior área expositiva, até porque a marca tem cada vez mais produtos para mostrar. À vista dos clientes está, ainda, uma pequena área de produção de chocolates e drageias de licor Bonjour.

As obras de remodelação duraram cerca de três meses, mas a loja esteve encerrada apenas durante uma semana. Em novembro, ganhou cara renovada, e agora reabriu oficialmente, procurando conservar elementos originais, do lavatório aos azulejos onde se lê “Bem-vindo quem entra; Deus vá com quem sai”. Claro que as estrelas são os chocolates para venda avulso ou previamente embalados, alguns deles com vinho do porto, ao abrigo de uma parceria com a Sogevinus, que detém marcas como a Cálem ou a Kopke.

As drageias são bordadas e decoradas à mão, segundo uma técnica que o fundador da Arcádia trouxe de Paris, nos anos 1940.

Das prateleiras espreitam também edições limitadas – a propósito do Dia dos Namorados, por exemplo -, e há um móvel reservado para os coloridos macarons. Seguindo em frente, chega-se a uma área onde são feitos, à vista dos clientes, chocolates e as famosas drageias de licor Bonjour.

As trabalhadoras bordam (pintam) e decoram as drageias, manualmente, segundo uma técnica que o fundador da Arcádia, Manuel Pereira Bastos, trouxe de Paris, nos anos 1940. Esses doces ganham forma de fruto, ave ou bebé aos nossos olhos, num trabalho minucioso e delicado, que dá gosto acompanhar. O showcooking pode ser apreciado nos dias úteis, entre as 10h e as 18h30.

Mesmo ao lado encontra-se uma imagem a preto e branco da antiga zona de produção, captada na década de 1940. Pouco resta da fábrica de chocolates e confeitaria que ali funcionou até 2017, tendo sido transferida para Grijó, em Vila Nova de Gaia, para responder às necessidades de crescimento da marca.

Foi em 1933 que Manuel Pereira Bastos abriu a primeira confeitaria na Praça da Liberdade, no Porto, encerrada em 2000. A loja da Rua do Almada, inaugurada em 1945, e que agora tem espaço para prova e realização de workshops, é a mais antiga em funcionamento.

Fotografia: Igor Martins/Global Imagens

Atualmente, a Arcádia tem 26 lojas espalhadas pelo país: 19 próprias, no Porto, em Lisboa e no Algarve; as restantes em regime de franchising, em Guimarães, Braga, Aveiro, Coimbra, Viseu, Estoril e Cascais. Para este ano está planeada a abertura de mais seis espaços, cinco deles no primeiro semestre, conta o administrador Francisco Bastos. O próximo a ser inaugurado, já em fevereiro, na Praça Velásquez, nas Antas, é um misto de loja e cafetaria. Seguem-se dois quiosques de café, um deles no Arrábida Shopping – é mais uma estreia da marca, que continua a investir em produtos novos.

As trufas de vinho do porto foram a aposta mais recente da marca, que está a testar alguns produtos vegan, no que respeita aos chocolates e à confeitaria.

Em 2019 foram lançadas, por exemplo, barras e tiras de chocolate. “Foi histórico, porque a Arcádia nunca tinha trabalhado chocolate na forma de tablete”, prossegue Francisco. Há os sabores clássicos e combinações diferentes, como chocolate branco com trufa de maracujá, além de que se trabalha também com chocolate ruby, de cor rosada (o cacau é fermentado com frutos silvestres). As trufas de vinho do porto foram a aposta mais recente e, segundo a mesma fonte, estão a ser testados alguns produtos vegan.

O administrador Francisco Bastos.
Fotografia: Igor Martins/Global Imagens

Este negócio familiar vai na quarta geração, com a entrada em cena de Francisco Bastos, de 27 anos, que partilha os destinos da empresa com o pai, João Bastos, e a tia, Margarida Bastos. “Cresci aqui, a roubar chocolates”, conta, divertido, o mais novo elemento da administração.

Francisco estudou Gestão em Londres, cidade onde trabalhava, num banco de investimento americano, quando decidiu voltar às origens e dedicar-se à Arcádia. “Despedi-me e fiz uma viagem de três meses, para fazer reset. Soube sempre que um dia vinha para cá”, remata, com um sorriso.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

 




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