O restaurante Black Trumpet, em Lisboa, é uma ode aos cogumelos

Chawanmushi, uma sopa japonesa feita à base de dashi e ovos com shimeji marron. (Fotografia: DR)
O trompeta negra, cujo formato se associa à cornucópia - símbolo da abundância - foi o ponto de inspiração para o Black Trumpet, em Lisboa, que serve brunches, almoços e jantares à base de cogumelos e vegetais. A boa notícia é que há alternativas para quem não gosta destes fungos.

No teto, a meio da sala, está um candeeiro suspenso com o formato de várias cornucópias – ou trompetas negras (de seu nome científico Craterellus Cornucopioides), a espécie de cogumelos que batiza um dos mais recentes restaurantes da zona de Santos, em Lisboa. Depois do Casa Reia, na Costa da Caparica, e do No Convento, a poucas ruas de distância deste novo espaço, o Reia Collective quis criar um conceito inteiramente dedicado aos cogumelos, casando-os com vegetais e uma visão experimental da gastronomia onde também não faltam bebidas especiais.

“Portugal tem cogumelos sazonais extraordinários, e graças aos parceiros que se cruzaram no caminho acreditámos que a nossa abordagem diferenciadora à hospitalidade tinha o seu lugar aqui em Lisboa”, refere Sacha Gielbaum, cofundador do grupo juntamente com Emil Stefkov. O menu foi criado por Pedro Henrique Lima, Carolina Pires Ramos (chef principal) e Rafael Sousa (sous-chef) com o cuidado de respeitar a sazonalidade dos cogumelos, fungos que nascem em zonas húmidas, junto às raízes das árvores, e podem ser tão deslumbrantes quanto perigosos.

Para garantir a qualidade do produto, a equipa estabeleceu relações próximas com pequenos produtores de cogumelos e vegetais, como a Mushroom Urban Farm, um projeto de economia circular na Grande Lisboa que usa borras de café para produzir cogumelos, a Fungifresh, de Braga, O Sítio dos Cogumelos, de Amarante, a Cogumelos do Alentejo e a 7Flower, de Lisboa. Além do trompeta negra, rico em nutrientes e vitaminas e cuja época começa em novembro e termina em janeiro, o menu trabalha com cogumelos shimeji, enoki, pé-de-carneiro, paris e portobello, entre outros.

O couvert começa com pão de fermentação natural, brodo de shiitake fermentado, manteiga de trompeta negra e avelã e tapenade de azeitona com nibs de cacau, e a partir daí os cogumelos dominam. Enoki panados e batatas fritas com sal de cogumelos e natas azedas de rábano picante; gnocchi de queijo fresco, beurre blanc de vinho do Porto branco, ervilha e Cantharellus cibarius; e gelado de funcho com creme inglês de portobello fumado, como sobremesa, estão entre as criações disponíveis no menu. Em alternativa, há um prato de carne sem cogumelos.

(Fotografia: DR)

(Fotografia de Luísa Bravo)

A par dos vinhos, a carta de bebidas aposta bastante nos cocktails criados com cogumelos por Maurício Leal, head bartender, como o Black Trumpet Mezcalita, à base de infusão de mezcal com trompeta negra, tequila, lima, curaçao seco, tinta de choco, solução salina e sal. Bebidas que podem ser apreciadas no bar, à entrada, ao som do soul e funk dos anos 1970. A ideia é convidar também artistas e músicos para tocarem no restaurante. Palestras, workshops sobre cogumelos, expedições de colheita e até exibição de filmes são outras das ideias já a germinar.


Black Trumpet
Calçada Ribeiro Santos, 31 (Santos)
Tel.: 915 059 586
Web: blacktrumpet.pt
De segunda a quinta, das 18h às 24h. Sexta, das 18h às 01h. Sábado e domingo, das 10h às
01h. Sábado e domingo (brunch), das 10h às 15h.
Preço médio à carta: 35 euros




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend