A história é sobejamente conhecida, e a fama (e as filas) precedem mesmo o Noélia e Jerónimo, em Cabanas de Tavira, frente à Ria Formosa. O exterior do restaurante ganhou uma nova imagem no final de março (agora só Noélia), mas a essência do projeto mantém-se: pratos mediterrânicos confecionados com produtos frescos, do peixe ao marisco, sem esquecer os frutos da época e da região, como os figos.
Noélia entrou “como empregada de mesa”, recorda. “Casei com o filho do patrão, as pessoas apaixonaram-se por mim e hoje não é o Jerónimo, é a Noélia”, resume à Evasões. “Ninguém me ensinou nada. Aprendi a pôr as mãos na massa e a ler muitos livros de receituário tradicional português”. Tornou-se “cozinheira dos chefs”, dos mais ou menos famosos. “Tenho com eles uma relação de amizade”, diz.
Os clientes que lá vão há mais de 30 anos também podem afirmá-lo. Vão à procura das pataniscas de polvo com arroz de coentros, da emblemática corvina com arroz de limão e amêijoas, do arroz de carabineiro com espargos, entre outras criações de lamber os dedos, com produtos frescos dos mercados de Tavira e Olhão. Também há ostras e sugestões diárias e sazonais, como a tapa de muxama de atum e figos.
Sobre o arroz de limão com corvina e amêijoas – um dos pratos que melhor representa a casa, há vários anos – há segredos a revelar. Em função do pescado do dia, pode ser feito também com pargo, garoupa ou robalo. Segundo Noélia, o segredo está em adicionar o limão no início e ir “mexendo o arroz para ele libertar amido”, o que lhe dá a cremosidade tão característica, e que os clientes elogiam.
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