No Cantinho do Alfredo, em Lisboa, os preços baixos mantêm-se há 10 anos

No Cantinho do Alfredo, em Lisboa, os preços baixos mantêm-se há 10 anos
Cantinho do Alfredo. (Foto: Reinaldo Rodrigues/GI)
Na cozinha tradicional do Cantinho do Alfredo, em Campolide, Lisboa, o que se aumenta em doses diminui-se no preço. Não é de estranhar que este pequeno restaurante tenha público fidelizado há mais de 30 anos.

Metade da sua vida tem sido passada entre estas quatro paredes. Pelas nove da manhã, Albino Miguel já está no seu restaurante, para deixar tudo preparado para os almoços. Ao longo das últimas três décadas, a paixão e o empenho que tem dedicado ao Cantinho do Alfredo, que comprou ao antigo dono quando a casa tinha menos de cinco anos, tem dado frutos, com casa composta a qualquer dia e público fidelizado desde sempre. Só assim se conseguem resultados, acredita. “A restauração é um mundo muito exigente”, explica o responsável pelo restaurante, onde se serve à mesa a tradição portuguesa, aumentando-se em doses o que se diminui em preços.

Situado numa zona calma e habitacional de Campolide, aqui aposta-se não num menu mas sim em pratos do dia, que já se tornaram prata da casa. À segunda saem as pataniscas de bacalhau, à terça as bochechas de porco estufadas ou a vitela de Rio Tinto, à quarta é a vez do malandrinho arroz de polvo e à quinta serve-se o cozido à portuguesa. A celebração do fim de semana assinala-se com um prato surpresa à sexta, que pode ser um coelho à caçador ou uma feijoada de choco, por exemplo. E ao sábado, véspera da merecida folga, alterna-se entre o pato no forno com laranja e a carne de porco à alentejana.

O Cantinho do Alfredo é um clássico em Campolide, Lisboa. (Fotografias: Reinaldo Rodrigues/GI)

Arroz de polvo é um dos pratos do dia, que muda ao longo da semana.

A montra onde se expõem a carne, o peixe e os enchidos de fornecedores de longa data ajudam a escolher os pratos fixos da carta, onde a grelha assume maior protagonismo, com choquinhos, salmão, teclado de porco e picanha na brasa. Os preços, sempre a rondar os quatro e cinco euros, não podiam ser mais apelativos. “Não mudo estes valores há pelo menos uma década”, afirma o dono. Estas e outras propostas são entregues às mãos da sua cozinheira, mas é Albino Miguel, que faz “um pouco de tudo” no restaurante, o responsável por algumas das sobremesas, como as peras bêbedas, bem embebidas em calda, e as maçãs assadas.

A versatilidade que ganhou, atrás e à frente do balcão, ganhou-a quando emigrou para a Suíça, “para trabalhar e em busca de uma melhor vida”, no início da década de 1980. Nos cinco anos em que viveu em Lausanne, estreou-se na restauração, num espaço que unia as cozinhas francesa e italiana, e onde fez de tudo. “Aprendi muito. Comecei na copa e fui subindo, mas quando lá cheguei, nem conseguia tirar um simples café”, ri-se Albino. As saudades acabaram por trazê-lo de volta, não para o seu Sabugal, perto da Guarda, mas até este Cantinho.

A pera bêbeda, uma das sobremesas da casa.

Albino Miguel gere este restaurante tradicional há mais de três décadas.

 

A CARTA

Comer até 10 euros
Pratos do dia entre 4,20 e os 5,50 euros. Sobremesas a 1,60 euros. Jarrinho de vinho da casa a 1,10 euros. Café a 0,65 euros.
Sopa: Nabiça.
Especialidades: cozido à portuguesa, teclado de porco na brasa, arroz de polvo malandro, coelho à caçador, feijoada de choco, choquinhos na brasa.
Sobremesas: pera bêbeda, maçã assada, torta de laranja, bolo de bolacha.

 

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