Maxime: O novo hotel de Lisboa que fica no antigo cabaret

Outrora o mais prestigiado cabaré da capital, o Maxime voltou a renascer pelas mãos do Grupo Hotéis Real. É agora um hotel de luxo, com 75 quartos, cinco deles temáticos, e um restaurante onde há espetáculos de revista, às sextas e sábados.

Falava-se do aquecimento, elogiava-se o ar condicionado, e a lista de artistas espanholas na grande abertura do Maxime Dancing, a 30 de novembro de 1949. A história, publicada no Diário de Lisboa, à época, está agora visível numa das paredes do novo Maxime Hotel, o mais recente projeto do Grupo Hotéis Real. Abriu em setembro, no espaço do antigo cabaré lisboeta, que é agora restaurante e bar do hotel. Os 75 quartos ocupam os restantes cinco pisos do edifício, onde sempre funcionaram escritórios de diferentes companhias.

Dos tempos áureos pouco sobrou, além de umas velhas cortinas e das duas bancadas centrais, os únicos elementos que puderam ser recuperados do original Maxime. Os lustres foram construídos à semelhança dos originais, mas não é preciso memória antiga para sentir o esplendor do antigo clube noturno. Tudo foi pensado para recriar o espírito da época, das luzes aos apontamentos de decoração, um trabalho que levou as designers Vânia Gonçalves e Filipa Brás a mergulhar no mundo do luxuoso cabaré, frequentado pela alta sociedade, que ali acorria após os espetáculos do Parque Mayer.

Os sofás vermelhos, os bancos de pé alto junto ao bar, o mural de Alexandra Prieto com bailarinas e o néon com o nome «Maxime» são apenas alguns dos detalhes do andar térreo. A forte decoração continua pelos cinco pisos do hotel, cada um dedicado a um tema: stage, bar, dressing room, bondage e burlesco. A temática é levada a sério e, em cada andar, não só existe uma parede e um objeto alusivo ao tópico, como há também um quarto especial. Por exemplo, no piso Stage (palco), o quarto temático tem uma cama redonda. No Dressing Room, a divisão simula o corre-corre dos bastidores com corpetes cuidadosamente espalhados e um toucador. Além destes quartos existe ainda outro especial de nome Judite, que homenageia um antiga corista que fez carreira no Parque Mayer e terminou as suas funções já no Maxime.

O que é comum em todos os quartos é a presença da Lady Maxime, uma personagem fictícia, que trata os convidados por «tu» e vai deixando notas na mesa de cabeceira dos visitantes. Um dos sinais de informalidade do hotel, que se mantém no restaurante, onde a comida é também despretensiosa. Os pratos foram criados pelo chef português Luca Bordino, que trabalhou com Chakall, passou pelo Ritz Carlton Penha Longa e pelo Boca, em Singapura. No regresso a Portugal reuniu algumas das suas cozinhas preferidas do mundo e, por isso, quem optar por petiscar durante o dia vai encontrar a carta de snacks ao balcão e no pátio interior, onde há tacos de lula, crocantes de frango e gyoza.

Ao jantar, o menu alarga-se para incluir um ceviche de beterraba, um carpaccio de pato ali curado e uma empada com foie gras, além de um típico bacalhau à brás com ovo a baixa temperatura. Estes são alguns dos pratos que os visitantes podem também provar nas noites de sexta e sábado durante o espetáculo Madame Liz Bonne, que acontece no restaurante do hotel (65 euros, com jantar de degustação). Tal como diz o clássico, «the show must go on».

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