Redescobrir a essência do vinho em Ponte de Lima, entre ânforas e ervas medicinais

(Fotografia de Adelino Meireles/GI)
Com uma nova sala de provas e programas mais estruturados para todo o portfólio da marca, a Aphros Wine abre as portas de uma das suas propriedades em Ponte de Lima para dar a conhecer um dos projetos mais inconvencionais da região dos Vinhos Verdes.

Entre os bardos de videiras dos oito hectares da Quinta da Casa Nova, em Refóios do Lima, crescem cereais e leguminosas, confundidos ao longe por ervas silvestres, mas que são ali semeados todos os anos. “Porque o que traz vida ao solo são as plantas”, decreta Vasco Croft, o arquiteto tornado produtor de vinho segundo os princípios da viticultura biodinâmica. “Na agricultura convencional o solo está morto e alimenta-se a vinha com os nutrientes que ela precisa através de adubos químicos”, explica, durante uma visita à propriedade. “Na biodinâmica a vinha tem que se nutrir com as trocas que faz com os microrganismos no solo. O que nós fazemos é criar um ambiente natural biodiverso e equilibrado onde a vinha possa dar o seu melhor.”

Castas autóctones estão na base dos vinhos da casa. (Fotografias de Adelino Meireles/GI)

A oferta de enoturismo Aphros Wine está mais extensa e estruturada.

Vinte anos depois de iniciar o projeto Aphros Wine – como forma de revitalizar a Quinta do Casal do Paço, em Padreiro, Arcos de Valdevez, na posse da sua família desde o século XVII -, Vasco abre as portas a visitantes para dar a conhecer os seus “vinhos autênticos” e a forma inconvencional como os produz. Através da exploração das castas autóctones – Loureiro, Arinto, Vinhão e Alvarilhão – e da redescoberta de processos antigos “que fazem sentido e que se foram perdendo”, tem vindo a construir um portfólio de brancos de curtimenta, vinhos de ânfora, espumantes de método ancestral, tintos pouco extraídos, água pé e outras criações, no seu caminho de regresso à essência do vinho.

O produtor vínico Vasco Croft.

Os vinhos de ânfora fazem parte do portfólio da marca.

O resultado desse percurso pode agora ser explorado numa oferta de enoturismo mais estruturada (com visitas guiadas e seis tipos de provas), que veio em linha com a construção de uma sala de provas/wine bar na Quinta da Casa Nova. O novo espaço prolonga-se a uma esplanada que, terminada a obra paisagística, vai abrir para um fresco jardim.

Antes de lá chegar, as visitas guiadas começam com uma visão panorâmica dos vinhedos, durante a qual Vasco lança algumas noções sobre os princípios da agricultura biodinâmica, antes de conduzir a uma adega moderna (construída em 2014), o seu “ateliê de vinificação”, onde são produzidos todos os vinhos clássicos da linha Aphros. Mais abaixo, numa outra adega, que apelida de “medieval”, só utiliza ferramentas artesanais para produzir a linha Phaunus, de que fazem parte os vinhos de ânfora e os Pét-Nat. Numa última paragem, o produtor revela o reduto onde guarda uma série de frascos com preparados naturais e extratos hidro-alcoólicos de plantas como a cavalinha ou o salgueiro, que têm propriedades úteis para a saúde do solo, e consequentemente da vinha. O princípio para conseguir vinhos de qualidade.

Junto à vinha ou na adega, há atividades de enoturismo para experimentar em Refóios do Lima, em Ponte de Lima.

Aphros Wine. Rua da Casa Nova, 374, Refóios do Lima, Ponte de Lima. Tel.: 914 120 480. Web: aphros-wine.com. Preço: visita com prova desde 30 euros/pessoa (marcação prévia)




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