O Alvarinho de A a Z no blogue de João Paulo Meneses

João Paulo Meneses, especialista em vinhos Alvarinho e autor do blogue “Senhor Alvarinho”. (Fotografia de André Rolo/GI)
Obra com sete anos de vida, o blogue “Senhor Alvarinho” é um verdadeiro compêndio: está lá (quase) tudo, sem truques nem benesses, sobre uma das mais fantásticas castas portuguesas.

Antes do resto, o aviso: “Este é um projeto (totalmente independente) de identificação, registo e crítica de todos os alvarinhos portugueses, um dos melhores vinhos brancos do mundo. Os pontos são de 0 a 10, sendo que a relação preço-qualidade é um critério muito importante”. Quando se acede ao blogue “Senhor Alvarinho” (senhoralvarinho.blogspot.com), chega-se a um sítio despojado no estilo mas carregado no conteúdo: estão ali 430 referências de alvarinhos, comentadas e cheias de informação. Eis o resultado da obra a que, vai para sete anos, o jornalista João Paulo Meneses deitou mão.

O olhar puramente jornalístico é, de resto, um dos traços distintivos do projeto (até um código de conduta consta no blogue). “Creio que esse é o olhar que melhor serve o consumidor, por ser transparente, por me dar independência (e não estou a dizer que as outras pessoas que escrevem sobre vinho não são independentes), por me permitir dizer se um vinho que provei foi comprado por mim ou dado pelo produtor”, assinala o ex-jornalista da TSF.

(Fotografia de André Rolo/GI)

De onde lhe veio a ideia e o gosto? “Estão os dois interligados”, responde. “Era um consumidor convencional, daqueles que só bebem à refeição. Como tinha a impressão de estar sempre a beber a mesma coisa, decidi fazer uma lista para saber se já tinha bebido, ou não, determinado vinho. A dada altura, pensei: por que não listar isto num blogue e partilhar com as pessoas?” Ideia pensada, ideia concretizada, desde logo porque “reparei que não havia nada deste género, algo temático dedicado ao Alvarinho, que sempre preferi a outras castas”.

Temos, portanto, um crítico especializado em alvarinhos? Meneses não arrisca tanto. “Prefiro dizer que sou um provador. É verdade que já fiz consultorias para marcas novas que querem apostar no Alvarinho, mas daí a dizer que sou um crítico vai um passo que não dou. Saber ‘ler’ o vinho é outra coisa.”

Tanto conhecimento acumulado, tanto vinho provado, à razão de um por semana, tantos euros gastos (“Alguns milhares de euros, na verdade”, confessa Meneses) na compra é sustento para projetos futuros mais ambiciosos? “Nada disso. O meu único fito é o consumidor. Por isso dou tanta importância à relação qualidade-preço. O vinho pode ser muito bom, mas, se o preço for exagerado, baixo a nota – e explico isso a quem lê.” Verdade: de A a Z, as críticas têm escassos confetes (coisa pouco habitual no meio), são curtas, concisas e explicativas. O consumidor agradece.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend