As novas joias da coroa do Royal Cocktail Club

Carlos Santiago é o "head bartender" do Royal Cocktail Club. (Fotografia de Artur Machado/GI)
The Royal Cocktail Club, na baixa do Porto, apresenta um trio de bebidas nascidas da experimentação, com História e servidas em copos invulgares. Eis as Joias da Coroa.

Um tem a cor do sangue, chega ao cliente num copo em forma de coração e consome-se por uma artéria. Outro evoca o sal do Atlântico e dança dentro de um recipiente que é uma metade de ouriço-do-mar. E há aquele exemplar aromático, de líquido dourado, servido num diamante de vidro. D. Pedro, Dissident e Diamond são os três preparados premium das Joias da Coroa que constam da carta de The Royal Cocktail Club, o bar de dois pisos na baixa portuense liderado pelo premiado bartender Carlos Santiago. As Joias são servidas apenas na cave, um espaço que evoca um speakeasy. É também ali que se encontra o “laboratório”, em rigor um discreto balcão onde maquinaria (destilador, centrifugadora) auxilia a equipa a inventar ingredientes para cocktails presentes e vindouros

No caso do D. Pedro, diz Santiago, “o cocktail surgiu depois do copo, que encontrámos na empresa em Barcelona na empresa em que comprámos as máquinas para o laboratório. Achámo-los interessantes, um bocado disruptivos, e tínhamos um contexto porreiro para os aplicar, por causa do coração do D. Pedro, que está no Porto”. Os sabores “são muito térreos, por causa da beterraba [previamente destilada em gin Tanqueray Ten]. E temos o vinho do Porto. É um cocktail de um vermelho vivo”. Denso, ácido e intenso, o D. Pedro contém ainda o licor Rinomato Bitter, ácido málico (proveniente da maçã), xarope de flores e kombucha, e chega à mesa após uma baforada de perfume à base de citrinos e alecrim.

Sai o gin e entra o vodca, Cîroc, para o Dissident. O protagonista alcoólico é redestilado com salicórnia. “A ideia original era ter alguma coisa relacionada com o Porto, o encontro do Douro com o mar, e dar notas aromáticas ligadas à parte marítima.” Uns ajustes mais tarde, a bebida define-se como “o elemento irreverente, diferente, das Joias da Coroa, aquele que choca um bocadinho com a parte mais tradicional do conceito de monarquia”. As notas “salínicas, cítricas”, e a “parte vegetal” estão lá. Junta-se sumo de limão, pela acidez e pela frescura. E ainda xarope de limão, solução salina e kombucha. Sobretudo ao primeiro contacto, é como se se estivesse na presença de um familiar da margarita.

O Diamond é perfumado e refrescante, sem descurar a intensidade. Tem base de gin Citadelle com vermute branco Mancino Ambrato e licor de damasco Giffard Apricot du Roussillon. Bem como “fake lemon”, ou limão falso, que resulta da junção de ácido cítrico (“mais fresco”) com ácido málico (“mais seco”); xarope de limão; e uma kombucha cítrica. As três Joias da Coroa são servidas sem gelo.

A carta de The Royal Cocktail Club divide as suas criações líquidas por mais duas categorias, The Lords e The Royals. Além de um par de exemplares sem álcool. Janeiro traz uma carta renovada, que deverá contar com mais um elemento na equipa das Joias da Coroa.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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