A Real Companhia Velha tem novos vinhos frescos e charmosos

Dandy de Cidrô branco e tinto (DR)
A Real Companhia Velha acaba de lançar dois vinhos leves, fáceis de beber, mas que têm muito que se lhe diga. São o tinto (palhete) e o branco Dandy de Cidrô, apresentados recentemente no restaurante Esquina do Avesso, em Leça da Palmeira.

Foram as vivências e o gosto pessoal de Pedro O. Silva Reis (na foto) que definiram o que seria esta nova gama de vinhos da Real Companhia Velha. A histórica casa de vinhos, fundada no século XVIII, tem um cariz familiar e a nova geração – Pedro e o irmão Tiago – começa a deixar marca, criando um novo perfil de vinhos que diversifica ainda mais a oferta da empresa.

“Achamos que os vinhos portugueses são leves, porque normalmente bebemos às refeições, mas as coisas mudam”, considera Pedro, que começou a sentir necesssidade de ter um vinho de fácil consumo. Os vinhos do Douro “são frescos mas intensos. Os tintos têm um tanino vegetal, um lado rústico e austero que à mesa não tem problema, mas quem quer só beber um copo vai sentir essa austeridade”.

Inspirando-se em outros projetos, procurou, com o diretor de enologia da empresa, Jorge Moreira, elaborar um branco e um tinto leves, “tanto na extração como no teor alcoólico”. Assim nasceram as referências Dandy de Cidrô, tendo o branco um perfil mineral e o tinto, leveza.

Pedro O. Silva Reis, Jorge Moreira e Tiago Silva Reis, da Real Companhia Velha. (DR)

O primeiro tem como base a casta Samarrinho (80%) e é completado com 20% de Cerceal. Samarrinho, uma casta autóctone do Douro em vias de extinção, tem vindo a ser recuperada pela Real Companhia Velha. “Nesta casta há neutralidade, mas essa não vem só, traz nuances bonitas de fruta branca e cariz vegetal”, refere. A uva é apanhada cedo para destacar a textura, “que é uma tensão de amargores”, diz. “Essa tensão com o caráter fresco funciona muito bem.” A casta Cerceal vem dar “um pouco de gordura, para não ser um vinho demasiado duro”.

Também para o tinto se fazem as vindimas cedo. E aqui, vão buscar Tinta Roriz e Tinta Francisca e uma branca, Viosinho, que faz deste tinto um palhete. “Prensámos cedo e terminámos a fermentação sem contacto pelicular, o que permite ter expressão de fruta, mas nunca aquele tanino vegetal que encontramos no Douro”, explica Pedro. Acaba a estagiar oito meses em balseiro de carvalho francês. “É um vinho mais funky, mais atraente para as camadas mais jovens e para beber descontraidamente.”

A inspiração para o nome e o rótulo foi o Marquês do Soveral, nascido na Quinta de Cidrô, que hoje pertence à Real Companhia Velha. Foi um duriense de destaque, diplomata em Londres, onde era famoso pela elegância e charme.

Dandy de Cidrô

Branco 2022 – castas Samarrinha e Cerceal, 11,5%
Tinto 2021 – castas Tinta Roriz, Tinta Fancisca e Viosinho (branca), 12%.
PVP: 8 euros




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