Publicidade Continue a leitura a seguir

Jornal inglês coloca Viseu no mapa turístico

Percorra a fotogaleria para ver 13 restaurantes onde comer enquanto visita Viseu. Na fotografia: o adro da Sé de Viseu. (Fotografia: Global Imagens)
1. Cantinho do Tito Este Cantinho, com tanto de discreto como de acolhedor, fez-se a partir de uma dissidência do restaurante Santa Luzia, mas, desde 2005, altura em que abriu portas, soube trilhar o seu próprio caminho e angariar uma legião de admiradores. O seu principal trunfo é aquilo que nos leva, na maioria dos casos, a regressar a um restaurante: bom serviço, preços justos e uma cozinha enxuta. Entre as especialidades, ganham pontos as enguias da Murtosa (sequinhas e estaladiças), os filetes de polvo (muito tenros e que, tal como no Santa Luzia, se fazem acompanhar por migas de couve, broa, feijão-frade e arroz), a massada de tamboril (a colocação do babete é um dos momentos altos da refeição) ou o arroz de costelas em vinha d’alhos. Fotografia: Fernandes Marques
2. O cortiço São vários os restaurantes no centro histórico, mas antiguidade ainda é um posto. O Cortiço – que chegou a estar fechado por um período – permanece incontornável entre os mais tradicionais. Por ser castiço, com as suas salas repletas de objetos rurais que ajudam a contar a sua história, mas sobretudo pela cozinha bem executada: dos pratos como o cabrito, o polvo, a vitelinha na púcara, o célebre arroz de carqueja (das primeiras coisas que lhe deram fama) ou os rojões com morcela a sobremesas como a pêra bêbeda, o pão-de-ló ou o leite-creme. Um receituário e um tipo de confeção que se mantêm praticamente na mesma desde a década de 1960 – para descanso de quem gosta de saber ao que vai. Fotografia: Fernando Marques
3. Santa Luzia Nos anais deste restaurante lê-se que foi fundado em 1978 pelos irmãos Vasco Trindade e Jorge Lopes Ferreira, mas quem não souber desse facto e der de caras com as novas instalações, na EN2, pode ficar com a impressão de que o Santa Luzia é novato nestas lides. Pelo contrário. Por muito que o espaço (especial destaque para a extensa garrafeira à vista) diga uma coisa, basta começarem a sair os pratos para percebemos que há aqui muito de sabedoria e de boa mão para os cozinhados regionais. A cozinha está há anos entregue, e bem, às mulheres dos proprietários, que deliciam os paladares com as suas pataniscas (parecem nuvens de tão fofas), os filetes de polvo no ponto certo (acompanhados por deliciosas migas de couve, broa, feijão-frade e arroz) ou ainda a vitela assada servida com batata e esparregado, migas ou feijão verde. Fotografia: Maria João Gala/GI
4. Clube dos caçadores Fora do centro, na estrada que liga Viseu a Lamego, o ponto de referência para aqui chegar é o aeródromo (apenas a 100 metros), mas o entorno bucólico deste clube à moda antiga depressa faz esquecer os aviões. Quem chega desavisado pode até estranhar, à primeira vista, os ares de quem parou no tempo (espingardas antigas nas paredes, toalhas cor de vinho e lareira acesa nos dias mais frios); o certo é que, ao longo de mais de 25 anos, este restaurante não desilude quem, independentemente da altura do ano, o procura pelos pratos de caça. Fotografia: Maria João Gala/GI
5. Casa Arouquesa Pode um restaurante sobreviver apenas com dois pratos? A Casa Arouquesa, mais acolhedora do que formal, é a prova viva de que sim. A escolha diária faz-se entre a vitela arouquesa assada no forno à moda de Alvarenga e o bife arouquês à casa (que pode ser frito se for essa a vontade do freguês), prática só possível devido à qualidade da carne – provém de uma raça autóctone com Denominação de Origem Protegida. Por encomenda, fazem ainda arroz de costelas em vinha d'alhos, polvo à lagareiro e bacalhau com broa. Nas entradas, a opção é mais alargada (mas não muito, para não baralhar), e vai da alheira às pataniscas de chouriço. Outro ponto importante na dinâmica desta casa são os jantares vínicos (a garrafeira tem mais de oitocentas referências) organizados de tempos a tempos, conduzidos pelos seus especialistas ou por enólogos convidados. Fotografia: Fernando Marques
6. Muralha da Sé Divide o protagonismo com o Museu Grão Vasco, mas aqui, nesta antiga casa de granito, virada para a Sé, fazem gala em não ter parado no tempo – saiu José Hilário e entrou Silvério Ferreira, atual proprietário, que trouxe consigo o chef António Monteiro. A sua garrafeira, onde a região do Dão é rainha, é outro dos motivos de orgulho, tanto que de forma regular organizam jantares vínicos. Deixemos, porém, de lado o que não é para todos os dias e dêmos ênfase ao que, faça chuva ou faça sol, não arreda pé da sua ementa. Falamos de especialidades como os enchidos da região, a vitela à Lafões, o cabrito assado no forno com arroz de miúdos ou o polvo à lagareiro, sem esquecer – impõe-se uma gestão da refeição para chegar ao final com espaço para os doces – sobremesas como o pudim de pão (já premiado por diversas vezes) ou os pastéis de Vouzela. Fotografia: Fernando Marques/GI
7. Forno da Mimi & Rodízio Real Na Estrada Nacional 2, não passa despercebido; quer pela dimensão das instalações, quer pelo facto de ser muito procurado por pequenos e grandes grupos. Sob a batuta do grupo Montebelo Hotels & Resorts, ele vale por dois, já que integrou ao conceito a modalidade do rodízio à brasileira, mas neste caso interessa-nos ressalvar o seu lado mais tradicional e rústico, pois, fazendo jus ao nome, a grande especialidade da casa são os pratos regionais confecionados ao vivo em grandes fornos a lenha ou na grelha. Os mais pedidos são a vitela assada servida com esparregado, batatas e laranja, a vitela estufada em vinho do Dão, o cabrito, o polvo com migas ou o bacalhau com broa. Já nas sobremesas, que costumam ficar expostas numa grande mesa para aguçar o apetite, destaque para a pera bêbeda e para a maçã assada. Fotografia: Maria João Gala/GI
8. Nomiya Diga-se em abono da verdade que aqui a comida é tradicional... mas japonesa. O mesmo é dizer que não há fritos, nem queijo Philadelphia ou fruta para facilitar o sabor, aquilo a que tantas vezes se chama de sushi de fusão. O sashimi de hamachi jalapeno (o hamachi é um peixe muito usado no Japão) é um dos bons exemplos. Tal como o tiradito de robalo ou a dourada com tartufo parmejano, que junta às técnicas nipónicas o peixe lusitano. Ingredientes frescos, corte e confecção irrepreensíveis, qualidade que não se espera encontrar numa cidade de província, longe do mar. Foi isso mesmo que levou Carolina Ferreira de Almeida a avançar, juntamente com alguns membros da família. «Percebemos que havia esta carência na cidade e decidimos arriscar, mas decidimos também que a fazer algo teria que ser algo diferente, em grande», comenta. Para fazer bem há que aprender melhor, por isso esteve dois meses no Japão, numa academia de sushi, mesmo não sendo a responsável pela cozinha. «Algumas pessoas iam ao Porto ou a Aveiro de propósito e agora já se habituaram a vir aqui.» Fotografia: Paulo Spranger/GI
9. Marisqueira Casablanca Abrir uma marisqueira em Viseu talvez seja menos arriscado ou inesperado do que abrir um restaurante de sushi, ainda assim não deixa de ser um risco. Foi um risco, em 1988, quando três sócios acharam que estava na hora da cidade ter peixe e marisco de eleição. É sabido que manter a qualidade é tão ou mais difícil do que chegar ao topo, mas esta Casablanca continua a ser uma referência passado quase trinta anos. De onde vem o peixe e o marisco? Sobretudo da Gafanda da Nazaré, ali ao lado, a menos de 70 quilómetros de distância. São manifestamente exagerados os relatos da interioridade de Viseu. Todos os dias chegam percebes, sapateira, vários tipos de camarão e, é claro, peixe sempre fresco, para comer de mil uma formas, seja grelhado, na sopa (do mar), em cataplanas ou em arrozes, de onde se destaca o arroz de tamboril ou de lavagante. Para terminar, um prego. Carne de qualidade, no ponto (médio mal passado), como numa grande marisqueira que se preze. E tal como numa grande marisqueira, tem também uma parte de snack-bar e possibilidade de comer balcão. O ambiente é descontraído, em tons de azul, a remeter para o mar. Fotografia: Paulo Spranger/GI
10. Da Terra «Há cinco anos não teria sido possível.» Eunice Silva tem noção de que os hábitos mudaram. E de que Viseu já não é território exclusivo de carnívoros incorrigíveis. Prova disso é que a nutricionista abriu um restaurante vegetariano, e o sucesso até a ela surpreendeu, em particular pela quantidade de não vegetarianos que se tornaram fregueses. O Da Terra é um rebento dos seus homónimos em Matosinhos e na Baixa do Porto, em regime de franchising. Tanto que as receitas seguem o cânone da marca, embora com as devidas adaptações ao gosto local, nomeadamente ao nível de pratos de sustança, como uma copiosa feijoada de tofu que ganhou lugar cativo aos sábados. A ementa, servida em regime de buffet, varia diariamente e inclui quatro pratos quentes, sopa, cerca de uma dezena de frios e uma boa variedade de sobremesas que fará muitos veganos felizes (mas também as há de ovos e leite). Fora do horário «de expediente», vigora uma carta variada de hambúrgueres, sanduíches e tostas. A condizer com o espírito clean e desafetado da decoração, e não obstante a variedade de chás, infusões e sumos naturais, detox e revigorantes para o sistema imunitário, há uma lista adequada de vinhos, com o Dão à cabeça. Porque o prazer da mesa é para todos. Fotografia: Fábio Poço/GI
11. Zé do Pernil Não está aberto desde 1983, como se pode ler à porta, mas sim há meio ano. Um atrevimento que se perdoa quando prova a sandes de pernil, a especialidade da casa. E feita na casa. Tenra, bem temperada, com umas algumas colheradas de molho espalhadas pelo pão. Também se pode pedir com queijo da serra, ainda mais gulosa. A sandes de leitão (não é feito na hora, mas chega todos os dias), sandes de pernil com paio de lombo, prego da casa ou sandes de pernil com presunto são outra das alternativas. Um espaço acolhedor, com meia dúzia de mesas em madeira e um aviso importante na parede, não vá alguém entrar por engano: “comida imprópria para vegetarianos”. Mas que é tentador, lá isso é... Fotografia: Paulo Spranger/GI
12. Inprovviso As pizas são assunto sagrado. Cristina Costa e Alberto Tomás já se dedicam ao assunto há 16 anos, sempre em Viseu e com o pizzaiolo Fernando Abrantes atrás do balcão. Quando, há um par de anos, decidiram abordar o assunto de uma forma mais «afinada», trocaram a antiga morada por este espaço mais acolhedor, com assentos de sofá, alguns lugares ao balcão, e o vinho como elemento central da decoração. E não é só porque fica bonito. O Dão é posto num pedestal, com meia centena de referências na carta e muita atenção ao rosé, «um vinho ótimo para pizas», explica Alberto. «Mas, atenção: rosé que é vinho, não “refresco”», esclarece. Além do reforço desta ligação piza-vinho, no Inprovviso decidiram apostar mais na frescura dos ingredientes, na finura da massa, na própria escolha de combinações. Na ementa estão listadas duas dezenas de pizas, equilibradas, sem ingredientes em demasia ou invenções mirabolantes - o que não quer dizer que não haja criatividade, nomeadamente para puxar ingredientes beirões como a chouriça para a conversa. Além das pizas, há saladas e entradas do receituário italiano (bruschette, carpaccio, cogumelos no forno), bem como um par de pratos de massa. O atendimento, esse é familiar e informal, como se quer numa casa italiana. Fotografia: Fábio Poço/GI
13. Bistro Saudável QB O q.b (abreviatura de quanto baste) é das mais expressões mais utilizadas na cozinha, mas é também das medidas mais difíceis de seguir à risca, até porque não há uma quantidade certa. Este Bistro saudável q.b tem o seu foco na comida saudável, mas o nome dá desde logo a entender que aqui não se entrarão em fundamentalismos. «Sentia falta de um sítio onde pudesse comer de forma saborosa, mas mais equilibrada», confessa Vanessa Santos, responsável por este espaço, a meias com o marido, o chef Luís Almeida – eles que estão também à frente do Dux Palace. E como se mantém o sabor sem retirar o prazer? «Começamos por não ter fritadeira, o que representa logo menos 75 por cento de gordura», diz Luís, a sorrir. Usam outros tipos de óleo, de amendoim ou de coco, por exemplo, o açúcar refinado deu lugar à stevia e o azeite é sempre extra virgem. «Produtos da época, o menos transformados possível, preparados na hora». Só pratos vegetarianos? Não. Pratos saudáveis. Veja-se o peito de frango no forno com queijo e espinafre e rosti de cenoura: ou o salmão com quinoa e puré de ervilha; ou tamboril com noddles e legumes... A oferta é extensa. Também nunca faltam as sopas, sumo naturais e, sobremesas. Entre elas uma mousse de chocolate só com água e raspa de laranja. «Isto é como quando começamos a tomar o café sem açúcar. De inicio estranha-se, depois não queremos outra coisa. Somos um bichinho de hábitos», conclui Luís. Fotografia: Paulo Spranger/GI

Publicidade Continue a leitura a seguir

Viseu tem tudo o que um turista procura num destino: «pessoas amigáveis, ruas limpas, por do sol nas montanhas, vestígios romanos, uma incrível catedral e parques» para passear, diz o The Telegraph numa reportagem sobre «a obscura cidade portuguesa que está a tentar tornar-se famosa», assinada por Oliver Balch.

A cidade está a afirmar-se no mapa turístico como um city-break cultural e o segredo desse bom desempenho, escreve o jornal, são as «artes e a cultura» que, desde há cinco anos, têm vindo a ser impulsionadas. «Viseu elegeu um presidente com um duplo plano para o futuro da cidade – atrair empresas de tecnologia de ponta e estimular o turismo cultural».


Leia também: Viseu: O que comer, ver, comprar e onde dormir


O festival de livros Tinto no Branco, o festival de Street Art, eventos como o Europeade – descrito como o maior festival de folclore da Europa – e a própria Feira de São Mateus, que este ano recebeu um milhão e 200 mil visitantes, são os eventos destacados pelo The Telegraph para Viseu estar a atrair cada vez mais visitantes. «O número duplicou» desde 2013 para mais de 250 mil por ano.

É bom lembrar que outro dos atributos da região são as suas casas vitivinícolas. Viseu está em pleno Dão e goza de condições excecionais para a produção de vinho, graças aos solos graníticos e aos seus pequenos micro-climas. O setor – ao contrário do que acontece nas já bem conhecidas regiões vinícolas do Douro e Alentejo – mantém-se de pequena escala, familiar e «autêntico», descreve o jornal. Percorra a fotogaleria para conhecer 13 restaurantes onde pode comer enquanto visita Viseu.

 

Leia também:

5 hotéis e guesthouses onde dormir em Viseu
Viseu: 13 restaurantes para ir durante o festival de folclore
7 restaurantes em Viseu que vão além da comida tradicional