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Soberba: comida com raízes e mesa de conforto

Percorra a fotogaleria para conhecer o restaurante Soberba, na Rua da Beneficiência, em Lisboa. (Fotografias de Fernando Marques)
A sala é ampla e tem uma decoração de cores claras.
Aqui pratica-se uma cozinha de conforto.
Polvo salteado com batata-doce, malagueta, cogumelos, bacon e lima.
Nas entradas há camarões panados com maionese de açafrão e lima e tiras de choco tártaro panado, por exemplo.
O restaurante concilia a cozinha de grelha com a cozinha de chef, assim explica o chef Igor Martinho.
O chef Igor Martinho.
O Soberba aposta numa carta de cocktails, desde os clássicos aos com azeite infusionado na casa.
As referências de vinhos que acompanham a carta.
O ambiente do restaurante convida a ficar.
O conforto do mobiliário é um dos pontos diferenciadores do Soberba.

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Quem o conhece do Mãe Luísa sabe o que esperar: trabalho de autor, orgulho ribatejano, pés assentes no chão. Daí que quando Igor Martinho decide abrir um restaurante em Lisboa e chamar-lhe Soberba, ninguém espera que isso seja a confissão de um defeito qualquer. Por vezes, um nome é só um nome. Sem sombra de sobranceria. Tanto que, ao lançar-se nesta nova aventura, o chef de 33 anos não abriu mão do seu cantinho em Arrouquelas, a aldeia do Ribatejo onde cresceu e onde ainda vive. Esse, o Mãe Luísa, funciona agora em regime de menu de degustação.

De volta a Lisboa: o Soberba não é um decalque do primogénito, nem Martinho se quer afirmar como um embaixador do Ribatejo. «Quero conciliar a cozinha de grelha com a cozinha de chef», diz. O menu gira em torno desses dois capítulos: os peixes e carnes com tratamento de grelha e as mesmas proteínas em pratos de fogão. Carnes maturadas, lombo de bacalhau, secretos de porco preto, carabineiros no primeiro tomo, no outro coisas como bochecha de vitela de comer à colher ou polvo salteado com batata-doce, malagueta, cogumelos, bacon e lima. Pratos de autor com um pé assente na cozinha de raízes. O mesmo nas entradas, onde há assunto suficiente para uma refeição petisqueira e informal – sopa rica de peixe e gambas, queijo de ovelha panado com chutney de framboesa, camarões panados com maionese de açafrão e lima, e umas tiras de choco de exemplar fritura, com tártaro negro.

Vamos a ver bem, e Igor Martinho nunca se desvia da cozinha de conforto, aquela onde nos sentimos bem e onde sabemos que o medo de arriscar não tem lugar. Tal como o chef, risco calculado, com a escolha do sítio, no bairro de Santos, próximo das Avenidas Novas, porém retirado da azáfama, numa rua onde só vai quem lá quer ir. Fugir do furacão turístico era preocupação, a par do espaço e da sustentabilidade do negócio. Aqui há tranquilidade, e é isso que o próprio ambiente puxa: chegar, ficar, apreciar. A sala ampla, mesas apartadas qb, madeiras claras no chão e nos tampos. E, detalhe a não menosprezar (mas demasiadas vezes esquecido): cadeiras muito cómodas. A lembrar-nos de que somos bem-vindos, mesmo para longas refeições. Afinal, sem conforto do corpo não há conforto do estômago.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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