12 motivos para passear no novo Eixo Central de Lisboa

Mais esplanadas, passeios largos e menos estacionamentos. As obras de requalificação das avenidas que ligam o Marquês de Pombal a Entrecampos terminaram. Um bom pretexto para explorar as lojas e os restaurantes desta área da cidade (veja na fotogaleria acima).

«Porque há uma 2.ª Circular? Porque a primeira já existiu e passava aqui, na Duque de Ávila. Era a estrada da circunvalação que começava na zona de Alcântara e terminava em Santa Apolónia.» Quem vai desfiando a informação é Ernesto Jana, do Gabinete de Estudos Olisiponenses, num passeio informal pelo requalificado Eixo-Central de Lisboa, recuando a uma altura em que as chamadas Avenidas Novas ficavam fora dos limites da cidade.

A rápida expansão só se iniciaria na segunda metade do século XIX. A Avenida da Liberdade era pensada pelo engenheiro Ressano Garcia, que daria nome a outra avenida, hoje conhecida como da República. A estátua do Marquês de Pombal não estava ainda na praça, mas existia já em frente um grande parque com um lago à entrada – que à data se chamava Liberdade e não Eduardo VII. E até Entrecampos estendiam-se os campos.

A realidade mudou no início do século seguinte, quando o verde deu lugar a palacetes e prédios de rendimento. «Toponímias como Escadinha, Travessa e Beco, tradicionais da Lisboa antiga, são aqui substituídas por praças, ruas e avenidas», lembra Ernesto. Em 1910, a Avenida Ressano Garcia é rebatizada para República e surge uma paralela com o nome 5 de Outubro, a imortalizar a queda da monarquia.

As residências abastadas começam a surgir alguns anos antes. Como a da Viscondessa de Valmor, de 1906, que leva o selo do prestigiado prémio de arquitetura com que partilha o nome, tal como outros edifícios nas ruas adjacentes. De facto, é difícil encontrar tamanha concentração de Prémios Valmor numa só área lisboeta. A melhor forma de os conhecer é a pé ou pela nova ciclovia que percorre o Eixo Central, passando pela «montra de estilos arquitetónicos de várias épocas», como descreve Ernesto. Desde os mais antigos, como o Palácio dos Galveias (hoje biblioteca municipal); continuando pelos de início de século XX, como a Casa-Museu Anastácio Gonçalves; até aos modernos, representados por Ricardo Bofill, que obteve um Valmor com o Atrium Saldanha, ou Tomás Taveira.

Por estes dias, as obras do programa «Uma praça em cada bairro», iniciadas em maio do ano passado, já terminaram. Menos estacionamentos, é certo, mas maior perímetro de passeio. E uma ciclovia que liga as avenidas Fontes Pereira de Melo e da República à renovada Praça Duque Saldanha, que agora convida o transeunte a circular. É partir à (re)descoberta e estrear o novo Eixo Central de Lisboa.

 

 

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