Ao fim de pouco mais de um mês de trabalho, Pedro Limão já agitava a ementa e trocava uns pratos por outros. «Já estava um bocado cansado e decidi mudar o menu todo no fim de semana. Foi uma decisão repentina». É de repentismo e risco que se constrói a sua cozinha. E também a sua vida.
Em apenas quatro meses, deixou o Algarve e regressou ao Porto para montar arraiais no bairro do Bonfim e criar um restaurante onde a criatividade dita as regras da pequena cozinha. Também a sala é de dimensões reduzidas, para «criar uma sensação de maior proximidade». Um aspeto de que o chef não abdica, já desde os tempos em que servia clientes em sua casa, quando o conceito dos supperclubs era ainda um mistério para os portugueses.
O tártaro, o cogumelo ou o tamboril. Os nomes dos pratos são simples e é igualmente dessa forma que o chef descreve a sua cozinha. «O que a torna complexa é a diversidade daquilo que se põe no prato.»
A criatividade é uma responsabilidade e, para «agarrar os clientes ao primeiro prato», Pedro lançou o novo amuse bouche com cheiro e sabor a tardes de verão na esplanada: tempura de carapau com espuma de tremoço e Red Mosquito, uma cerveja artesanal da OPO 74.
Para provar há tártaro com especiarias indianas ou tamboril com caldo rabanete, parte do menu de degustação que percorre a curta ementa e que reúne sabores familiares apresentados de formas e feitios pouco usuais.
«Eu não gosto de falar sobre comida. Gosto apenas de cozinhar.» Apesar da relutância, o chef faz questão de apresentar cada um dos pratos aos clientes, deixando margem para uma ou outra descoberta. A única e pouco árdua tarefa que recai sobre os visitantes que aceitam embarcar nesta viagem com Pedro Limão.
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