Publicidade Continue a leitura a seguir

LAB, o restaurante que trouxe uma estrela Michelin a Sintra

O catalão Sergi Arola é o responsável máximo pela cozinha do Lab - secundado pelo chef residente Milton Anes.
Asa de raia assada com manteiga de ervas e pés de porco, maçã glaceada e creme de feijão preto.
Raviolo de queijo bica envolto em trufa negra de Périgord e dashi de aipo
Moleja de vitela assada em especiarias, puré de abóbora assada à marroquina, cenouras e funcho vichy, jus de laranja e gengibre
Fava de cacau (bombom de chocolate 67% de cacau recheado de praliné, acompanhado de gelado de fava tonka e creme de avelã)

Publicidade Continue a leitura a seguir

As estrelas Michelin não são coisa que deslumbre Sergi Arola. No currículo, o chef catalão trazia já umas quantas, incluindo duas que «devolveu» quando em, setembro do ano passado, resolveu encerrar o seu restaurante em Madrid. Dois meses depois, estava a receber a primeira estrela em solo português, aos comandos do Lab, o restaurante intimista do Penha Longa Resort, secundado pelo chef Milton Antes. Uma estrela «especial», comentou na altura: «Portugal é também a minha casa.»

Tempo para saborear o triunfo, não o teve: pouco depois do anúncio, o Lab fechou portas e entrou em período de brainstorming, de pesquisa e alinhamento de ideias para 2017. A espera valeu a pena.

Com a primavera à porta, o Lab está de regresso. Além de uma equipa altamente motivada e bem coreografada no serviço de mesa, apresenta-se com uma nova carta, a primeira pós-estrelato. A influência do país de origem do chef continua a sentir-se – e fica logo apresentada na «Seleção de snacks e petiscos clássicos» que faz o arranque: primeiro um trio de espuma de vermute, cubo de tortilha e esponja de azeitona, depois uma volta a Espanha para saborear sem talheres, bomba, bocata de calamares, pastel de atum, batatas bravas. No desfile de pratos que se segue, estão ainda bem presentes sabores de temporada fria – na moleja com puré de abóbora, cenouras e funcho, no raviolo de queijo bica envolto em trufa negra e dashi de aipo. E na asa de raia com maçã glaceada e feijão preto que faz pensar por que motivo a cozinha portuguesa não tem por hábito juntar raia e feijão. «É preciso vir um espanhol para fazê-lo», brinca o chef, que, como é seu hábito, se junta à coreografia de sala sempre que está presente.

Na mesa, desfila também o Atlântico: línguas de ouriço com romesco de algas e mousse de couve-flor, uma provocação que é toda ela mar, mas também uma sardinha braseada trazida em mini-assador.

O acompanhamento de vinhos, em cada um dos momentos, demonstra um trabalho afinado de pesquisa e harmonização, assinado por Francisco Oliveira, que traz a lume algumas referências pouco óbvias, algumas obscuras, que ajudam a elevar a experiência ao patamar do memorável.

Curiosamente, no dia da apresentação do menu, corre a palavra de que o inspetor do Guia Michelin se encontra numa das oito mesas da acolhedora sala de apenas 22 lugares. Nervosismo, antecipa-se mas não se nota no serviço. A estrela só pode estar para ficar.

 

Veja Também:

Pascoal de Melo: uma rua de Lisboa a dois tempos
Prego da Peixaria em Alvalade, maior e mais diverso
Beco: o cabaret gourmet de José Avillez

 

Partilhar
Morada
Estrada da Lagoa Azul Penha Longa Hotel, Spa & Golf Resort, Linhó
Telefone
219249052
Horário
Das 19h às 22h30. Encerra de domingo a terça.
Custo
(€€) Preço: menus de degustação desde 144 euros, sem vinhos.


GPS
Latitude : 38.7615463
Longitude : -9.397017399999982