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A matéria-prima do chef José Pinheiro #1: a ostra

Percorra a fotogaleria para ver a confecção das ostras gratinadas com açafrão e funcho-do-mar. (Fotografias de Jorge Simão)
Ostras Gratinadas, do chef José Pinheiro do restaurante Eira do Mel em Vila do Bispo.
Ostras Gratinadas, do chef José Pinheiro do restaurante Eira do Mel em Vila do Bispo.
Ostras Gratinadas, do chef José Pinheiro do restaurante Eira do Mel em Vila do Bispo.
Ostras Gratinadas, do chef José Pinheiro do restaurante Eira do Mel em Vila do Bispo.

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Todos os bancos naturais de ostras têm origem acidental. Hoje sabemos que uma ostra fechada aguenta-se viva por cerca de dois meses fora de água, tal a capacidade de resistência que tem. O costume de lhes deitar uns pingos de limão na membrana hoje é para as temperar a gosto, mas outrora era para ver se estavam vivas, já que a dita membrana se contraía ao toque do ácido do sumo do limão.

Apesar da incrível capacidade de sobrevivência, sempre se duvidou das ostras, carregando-as com males que não lhes cabe. Quando não são frescas, deitam um cheiro nauseabundo e produzem uma espuma abundante, dois sinais mais do que suficiente para nós não as consumirmos. O acidente que se deu há centenas de anos na bacia de Arcachon deveu-se justamente à intempérie que impedindo os navios de avançar para Norte, levou a que o comandante de uma frota mandasse deitar borda fora as ostras que transportava, então como profilático do escorbuto e outras doenças.

Amainada a tempestade, os barcos seguiram caminho mas as ostras dadas como mortas ficaram e estando bem vivas, reproduziram-se. Foram por isso batizadas como as portuguaises. Tavira e toda a Ria de Faro são particularmente amigas das ostras e aí estão instalados viveiros cujos nutrientes são a vários títulos excepcionais.

O chef José Pinheiro conhece-as bem e desenvolveu receituário de grande gabarito para as fazer brilhar. A receita de hoje, com que se estreia nesta secção, entronca na grande tradição culinária portuguesa, onde desde há muito consta a versão gratinada. As especiarias permitem uma leitura festiva e saborosa, e são uma das muitas delícias servidas no restaurante Eira do Mel, em Vila do Bispo, no barlavento algarvio.

As ostras gratinadas com açafrão e funcho do mar Fotografia de Jorge Simão)

A RECEITA: Ostras gratinadas com açafrão e funcho-do-mar
(serve 4 pessoas)

Ingredientes:
– Ostras 1,5 gk (18 unidades, aprox.)
– Manteiga 40 g
– Alho-porro (parte branca) 150 g
– Pão fresco ralado (miolo) 40 g
– Natas frescas 300 ml
– Açafrão rama
– 1 pitada (aprox. 20 estames)
– Pimenta rosa qb
– Fucho-do-mar qb
– Sal qb

Confeção

Abrir as ostras em cru, aproveitar a agua limpar e reservar as conhas das ostras. Puxar o branco de alho porro em meias-luas na manteiga juntar a nata e o miolo de pão ralado, deixar cozinhar 3 a 4 minutos juntar os miolos das ostras e a água previamente coada provar e rectificar de sal se necessário queimar os estames de açafrão numa folha de aluminio adicioná-los a 1dl de água , misturar bem e coar por um passador fino ou filtro de café ligar o grill do forno em potencia alta sobre um prato de servir colocar sal grosso suficiente para fazer uma base estável para as ostras rechear as conchas das ostra colocá-las sobre o sal e levar a gratinar até dourar na falta de Grill pode dourar com maçarico finalize com 3 a 4 pingas de caldo de açafrão em cada ostra e pimenta á sua escolha polvilhe com funcho do mar ou uma erva fresca do seu agrado. Bom apetite!

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