A beleza da fachada e das buganvílias já havia despertado a atenção da polaca Ewa Kubik quando entrou pela primeira vez no restaurante, que estava fechado e em mau estado. «Fui lá dentro e percebi que era um restaurante com grande potencial, com alma, carisma e história», conta, referindo-se à herança histórica e simbólica deixada pelo antigo 31 d’Armada. Determinada a dar-lhe nova vida, levou a cabo o restauro dos murais de azulejos do século XVIII que adornam as duas salas, decorou-as em estilo clássico e acrescentou apontamentos de Art Déco. O mesmo cuidado foi aplicado à esplanada com mobiliário que encomendou de França.
Quem ali se senta pode admirar o chafariz do século XIX no centro da Praça da Armada enquanto descobre a carta que assinala a estreia da cozinha portuguesa contemporânea com influências mediterrânicas naquele espaço. Ewa desenhou-a de forma «segura», com base em mais de 20 anos de experiência na restauração em Portugal, mas também deu margem criativa ao chef Nuno Feliciano, que a acompanha há 12 anos na cozinha, para reinterpretar alguns pratos.
O carpaccio de bacalhau com uvas, limão e tomate é um das criações e nada fica atrás do de novilho com agrião, laranja e lascas de queijo da ilha. Na verdade são várias as opções de entrada para petiscar com um copo de vinho e pão biológico da Gleba molhado em azeite. Quem preferir entregar-se em pleno tem bacalhau assado, linguini, dourada com amêndoa e risoto de lima ou polvo à lagareiro com abacate e espargos. Já nas carnes, a aposta foi nas maturadas: vitela branca da Holanda, rib-eye galego, lombo português e, para breve, um prego de picanha maturada e «pratos polacos num menu ao domingo». O bar com cocktails de autor promete também fazer história na praça, todos os dias, até às 02h00 da manhã.
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