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Vinhos para acompanhar a pastelaria sintrense

Veja nesta fotogaleria as harmonizações da pastelaria sintrense com vinhos de Colares, pelo crítico Fernando Melo
Travesseiros, Piriquita Arenae branco | Adega Regional de Colares Começou por ser uma alcunha carinhosa que o rei D. Carlos deu a Constância Gomes, proprietária com o seu marido Amaro dos Santos da padaria fundada em 1862. Começaram por produzir queijadas e cedo a alcunha passou a nome de pastelaria, o mais importante de Sintra. Constância Cunha, filha da fundadora, continuou o trabalho da mãe e nos anos 40 criou o travesseiro que muitos continuam a tentar copiar, sem sucesso. Massa folhada, doce de ovos, amêndoa, canela e açúcar, a composição não podia ser mais simples mas há segredos muito bem guardados. O vinho branco de Colares vai direito ao fruto seco e envolve o doce, criando um segundo prazer. Combinação feliz.
Pastéis de nata, Casa do Preto Colares 1969 | Viúva Gomes O bolo não é de Sintra mas podia ser considerado como tal, pela ligação histórica ao famoso livro de cozinha da infanta Dona Maria, onde surgem os pastéis de leite, no qual seguramente se inspiraram os frades para produzir os pastéis de Belém. E não é a principal especialidade desta casa, mas é para nós um dos melhores pastéis de nata do país. A sua produção é exigente porque o suporte tem de ficar crocante e bem cozido, mas o recheio tem de ficar cremoso. Isso só é possível com temperaturas entre 380ºC e 420ºC e pouco tempo de forno. Ligamo-lo com um colares tinto velho e estamos no céu.
Queijadas, Fábrica das verdadeiras queijadas da Sapa Colares 2007 | Viúva Gomes Produz apenas cerca de uma centena de queijadas por dia esta casa que é referencial importante para quem quer entender a origem da especialidade de Sintra. A mais antiga referência conhecida à maravilha que se produz aqui data de 1756, o que a promove a antiguidade viva e sem rival. Farinha de trigo, açúcar, queijo, ovo e canela são os ingredientes dados a ler no pacote, inspirando a mais cândida simplicidade, dizendo bem do secretismo da receita. Propomos uma harmonização pouco convencional, com um vinho tinto da casta Ramisco, bem típica das areias de Colares. Surpresa garantida, vale a pena fazer a experiência.
Bolachas caseiras, Gregório Pinot Noir | Casal Santa Maria Os irmãos mais velhos sempre se enciumam com os cuidados e mimos que vêem dar aos mais novos. Sabemos que é assim e sabemos também que a sabedoria está nos experientes e mais maduros. Esta casa é uma instituição e começou por se dedicar à produção de queijadas, belíssimas como tudo o que sai dos seus fornos. Por isso pusemos os olhos nas bolachas caseiras que aqui se fazem. Viciam à primeira trincadela e passam a hábito, suplantando mesmo as queijadas. Massa maravilhosa, cozedura perfeita e variedade. Óptima surpresa. Fomos buscar o Pinot Noir mais ocidental do continente europeu, produzido em vinhas a bordejar o Atlântico. Suavidade e fusão perfeita de aromas e sabores. Experimente!
Fofos, Casa dos Fofos de Belas Malvasia de Colares | Monte Cascas Nasceu da forma mais elementar esta delícia que encanta todos, dos mais novos aos mais velhos e pela mesma razão. Bolo fresco, macio e cremoso, tem origem no exercício de pão-de-ló feito, aberto a meio e recheado com leite-creme. É o toque caseiro que o configura como companhia indispensável e os fofos desta casa continuam a ser merecedores de aclamação. A harmonização com este Malvasia de Colares, produzido numa vinha secular de chão de areia, cepas rasteiras protegidas por redes da areia e do vento, resulta bem pela boa acidez do vinho e pelo corte do doce presente no bolo.

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Queijadas, travesseiros, fofos e doçaria diversa têm aqui estatuto de nobreza, todos com carta de antiguidade passada e carimbada e produzidos por casas seculares. Provámos algumas destas maravilhas e encontrámos parceiros felizes nos vinhos da região. Não esperamos que concorde com todas as harmonizações, mas esperamos que as prove. No fim, vai perguntar-se se os vinhos de Colares não terão sido utilizados pelos antigos para este capítulo doce. Achamos que sim.

 

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Rua das Padarias, 1/18, Sintra
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Estrada Chão de Meninos, 40, Sintra
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Das 07h00 às 20h00. Sábado a domingo, das 08h00 às 21h00.


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Das 8h30 às 22h00. Não encerra


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