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6 carnavais de tradição a visitar

Percorra esta fotogaleria para conhecer alguns carnavais de tradição nacional. Na imagem, pormenor da indumentária do careto de Podence. Fotografia: Rui Manuel Ferreira/GI
1. Carnaval Tradicional de Vale de Ílhavo Numa localidade marcadamente rural do município de Ílhavo, praticamente encostada à sede de concelho e a menos de dez quilómetros de Aveiro, há uma festa popular que resiste à passagem do tempo: o Carnaval Tradicional de Vale de Ílhavo. Os seus protagonistas são os cardadores, figuras com máscaras e trajes coloridos que irrompem pela rua, quase de surpresa, a roncar, a saltar... e a cardar quem lhes aparece à frente. Os cardadores saem à rua no Domingo Gordo e no dia de Carnaval, com as suas máscaras e vestes exuberantes, sinetas e guizos amarrados ao corpo e, na mão, cardas, objetos que eram usados para tratar lã ou linho, na fiação e tecelagem. É com elas que fazem a chamada cardação das raparigas. Hoje, passam duas tábuas de madeira, lisas, pelos corpos femininos (e masculinos); mas diz-se que, outrora, usavam cardas com pregos e arranhavam as pernas das mulheres. Fotografia: Maria João Gala/GI
1. Carnaval Tradicional de Vale de Ílhavo Mário Simões, da Associação Cultural e Recreativa «Os Baldas», que organiza o Carnaval de Vale de Ílhavo, com apoio da Câmara, explica que a festa existe desde tempos recuados, mas foram «Os Baldas» que, apesar do nome, a puseram na rua de forma organizada, a partir de 1999. Tudo começa na noite de sábado, dia 2, com a chegada dos reis do Carnaval (gente da terra), acompanhados pelo grupo Tó-Có-Corno, que toca corno e búzio pelas ruas. Os pontos altos são os corsos de domingo e terça, com grupos de foliões, carros alegóricos e música portuguesa, sendo que os cardadores podem aparecer a qualquer momento no desfile, impregnado de sátira e crítica social. Entrada: 1,50 euros (grátis para crianças até 10 anos) Fotografia: Maria João Gala/GI
2. Entrudo de Lazarim No Entrudo de Lazarim, vila a 13 quilómetros de Lamego, qualquer um pode ser careto, seja homem ou mulher, residente ou forasteiro. Sai-se à rua envergando uma máscara de madeira esculpida à mão, com ou sem cornos, conjugada com uma farda que também não obedece a padrões rigorosos. Uma das poucas regras é que as máscaras que estão no centro da festa sejam feitas por artesãos de Lazarim ou com ligação à vila. De 2 a 5 de março, o entrudo volta a chamar centenas de pessoas a Lazarim. No domingo, a partir das 16h00, há um desfile com máscaras de outros anos. Mas o auge da festa é na terça de Carnaval: a partir das 15h00, os caretos de Lazarim passeiam-se com novas máscaras e fardas. Fotografia: Rui Manuel Ferreira/GI
2. Entrudo de Lazarim No mesmo dia, são lidos os testamentos da comadre e do compadre, ou seja, versos de maldizer trocados entre jovens solteiros da freguesia. No fim do desfile de caretos, são queimados os bonecos do compadre e da comadre, e oferece-se feijoada e caldo de farinha aos visitantes, que saem dali mais confortados. Entrada livre Fotografia: Rui Manuel Ferreira/GI
3. Entrudo Chocalheiro Os caretos de Podence, que animam esta aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros com as suas máscaras garridas, no Entrudo Chocalheiro, são candidatos a Património Imaterial da Humanidade. António Carneiro, presidente da Associação dos Caretos de Podence, não duvida do caráter único destes rituais, cuja origem se perde no tempo. Tudo gira em torno dos caretos (só homens), que saem à rua para «chocalhar as mulheres». A festa tem raízes pagãs, e bater nas nádegas femininas com os chocalhos que levam à cintura é um ritual de fertilidade, que marca, também, a passagem para a primavera, explica. Fotografia: Rui Manuel Ferreira/GI
3. Entrudo Chocalheiro Procura-se manter alguma espontaneidade nesta festa, com eventos de 2 e 5 de março, sendo certo que os caretos andam à solta no domingo e na terça, a partir das 15h00. Na terça, também decorre o desfile das marafonas, as únicas mulheres que os caretos não podem tocar. E a festa termina com a queima do entrudo, a assinalar um novo ciclo. Estima-se que, nestes dias, passem por Podence 15 mil pessoas. Uma enchente, considerando que a aldeia, a oito quilómetros da sede de concelho, tem 200 habitantes. Entrada livre Fotografia: Rui Manuel Ferreira/GI
4. Corrida do Entrudo nas Aldeias do Xisto de Góis No Entrudo Tradicional das Aldeias do Xisto de Góis, os foliões percorriam as aldeias com o rosto tapado por roupas e objetos velhos ou por máscaras em cortiça, declamando quadras jocosas sobre os habitantes. Fotografia: DR
4. Corrida do Entrudo nas Aldeias do Xisto de Góis A tradição da Corrida do Entrudo foi recuperada e no domingo, dia 3, às 8h30, parte-se de Aigra Nova rumo às aldeias de Pena, Cerdeira, Esporão e Ponte Sotão; na volta, há bailarico, desfile e oficina de construção de máscaras em cortiça. Participação gratuita. Almoço, 5 euros. Fotografia: DR
5. Caretos da Lagoa, Mira Os caretos da Lagoa, no concelho de Mira, saem à rua no domingo magro, no domingo gordo e na terça-feira de Carnaval. Percorrem as aldeias a pé, desde manhã cedo, com as suas máscaras coloridas – as campinas, feitas de cartão, arame, fitas de papel colorido e chifres de animais -, envergando ainda saias vermelhas, camisas brancas e chocalhos. Fotografia: DR
Caretos da Lagoa, Mira Na tarde de terça, os caretos da Lagoa podem ser vistos no corso carnavalesco que se realiza na Praia de Mira. O acesso é livre. Fotografia: DR
6. Mil Diabos à Solta em Vinhais A quarta-feira de cinzas, em Vinhais, é Dia dos Diabos: as figuras da Morte e do Diabo percorrem a vila em busca de almas pecadoras. No sábado seguinte, dia 9, a Câmara organiza o evento «Mil diabos à solta», que começa às 18h00, com uma missa de Imposição de Cinzas, seguida de uma procissão em que mais de mil pessoas vestidas de diabo acompanham uma Morte Gigante até à Pedra, «local onde as raparigas são julgadas e purificadas». Fotografia: DR
6. Mil Diabos à Solta em Vinhais A participação no evento «Mil diabos à solta» é livre e há fatos para alugar, por 2 euros (reservas pelo telefone 273771438). Fotografia: DR

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Nestas festas tradicionais, dominadas por figuras típicas e misteriosas, como caretos ou cardadores, mudam as máscaras e os rituais, mas mantém-se a festa alegre e arrojada – num dos casos, com direito a comida confecionada em potes de ferro no fim. Viagem aos carnavais de Vale de Ílhavo, Lazarim, Podence e Vinhais, não esquecendo os de Mira e das aldeias do xisto de Góis.

Percorra a fotogaleria para conhecer alguns dos carnavais de tradição nacional.

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