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Roteiro: a nova vida de Braga em dias de Páscoa

B Concept Do Arco da Porta Nova à Sé multiplicam‑se espaços de comércio, arte e diversão em Braga. Mas a dinâmica continua a ser um pouco «imprevisível». Quem o afirma é Andreia Vieira, que, juntamente com Glória de Carvalho, abriu em abril de 2015 a primeira concept store da cidade. O espaço ocupa um edifício com pelo menos 200 anos e está dividido em dois andares. Salas abertas e grandes intercalam com recantos mais pequenos. E todos estão repletos de produtos das marcas parceiras, onde estão representadas várias marcas de roupa até a projetos de design de moda de autor, lojas de objetos utilitários e decorativos, de vinhos e produtos gourmet. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Shairart Aproximar arte e público é o objetivo de outro projeto, a Galeria Emergentes DST ‑ Shairart. É, ao mesmo tempo, uma galeria de arte com espaço físico na Rua do Raio e plataforma online composta por artistas e compradores. Joana Neves, responsável pela comunicação do projeto, explica que a galeria começou por ser direcionada apenas para a divulgação de artistas emergentes. Depois, e «porque as pessoas também estavam interessadas em adquirir obras de consagrados», ampliaram o âmbito do projeto. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Palácio do Raio Quem passear por ali pode aproveitar para conhecer o renovado Palácio do Raio, que abriu ao público depois de obras de reabilitação durante o ano passado. Este palácio construído em meados do século xviii, onde funcionaram, em finais de oitocentos, serviços do Hospital de São Marcos, pertence à Santa Casa da Misericórdia e recebe agora um núcleo interpretativo do acervo da instituição. Em dez salas é possível ver objetos antigos ligados a cuidados de saúde e também alguma arte sacra, como o grupo de esculturas Visitação. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Alma d’Eça O bacalhau à Narcisa, também conhecido como bacalhau à Braga, as papas de sarrabulho ou o famoso pudim Abade de Priscos são alguns dos clássicos da gastronomia regional desta zona do país. Não faltam em Braga bons restaurantes tradicionais, mas agora existe uma vontade de conhecer outras latitudes culinárias. A tendência são mesmo propostas internacionais. «Braga aprendeu a gostar de sushi. Há uns tempos, comia‑se por ser moda , agora as pessoas já conseguem avaliar e distinguir o bom sushi do mau», diz o chef Nuno Peixoto, que, com mais dois sócios abriu, em dezembro de 2014, uma casa de sushi da cidade: o Alma d’Eça, virado para o jardim de Santa Bárbara. Não é, porém, apenas um restaurante de sushi, já que serve também comida mediterrânica, entre pasta e risotti, pratos portugueses e vários bifes. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Lakkana A meia dúzia de passos, outras propostas vêm do Oriente. Lakkana «é o primeiro restaurante tailandês no Norte do país», acredita José Gomes, que há alguns anos se apaixonou pela tailandesa que agora trata da cozinha do restaurante e lhe dá nome. José Gomes e Lakkana conheceram‑se na Tailândia. Ela geria o resort onde ele estava a passar férias. «Quando veio cá a primeira vez, assustou‑se com o inverno», diz José. Mas regressou e decidiu com ele abrir o restaurante no centro histórico. Aqui podem apreciar‑se vários tipos de caril, saladas, massas, sopas, salteados e mariscos. O restaurante, com três andares, tem grande oferta na carta de vinhos e de cervejas internacionais. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
La Piola Outro «forasteiro» que acabou por se habituar às bátegas bracarenses foi Alex Davico, italiano de Turim que abriu o restaurante La Piola no centro histórico. O seu «cantinho italiano», como o próprio diz, está repleto de referências à cultura portuguesa. De resto, cheira tudo a Itália nesta pequena e confortável sala de jantar. A casa é fiel aos produtos italianos, também disponíveis para venda, pois funciona igualmente como mercearia. O vinho é de Itália, assim como as cervejas, os queijos e os enchidos. Da cozinha saem pratos como linguini neri com tinta de choco e camarão, fondue de trutas, várias pizas e risotti. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Tíbias de Braga Para um lanche entre as refeições ou para um reforço de sobremesa, basta andar alguns passos para encontrar a Tíbias de Braga, uma confeitaria charmosa, inaugurada em 2015, onde se pode experimentar doçaria tradicional. Das mão do chef pasteleiro João Benjamim Araújo saem as famosas tíbias, um bolo recheado que lembra o éclair francês. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Dona Petisca Há quatro ou cinco anos, pouca gente se aventurava a ir passear à noite para a zona da Sé. O coração da zona histórica era pouco iluminado e não muito convidativo, havendo apenas o Rossio e o bar‑galeria Estúdio 22, que continua a ser uma referência. Agora, com a abertura de vários espaços de diversão noturna, a realidade é outra. Que o diga Susana Carvalho, que em 2014 abriu ali o seu negócio. A Dona Petisca não é um bar, é uma casa de petiscos e mercearia onde, durante o fim de semana, é possível confortar o estômago até à uma da manhã. Os produtos regionais são uma das grandes apostas da casa, que também serve refeições simples à hora do almoço e aposta numa boa garrafeira. Chouriça, alheira e pataniscas são algumas das propostas. Mas o ex‑líbris da casa são mesmo as bifanas, servidas em pão de trigo, pita ou wrap, e conforme os gostos regionais. É aqui que alguns começam a sua noite pela Sé, petiscando algo antes de ir para os copos. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Sé la Vie Um dos bares mais frequentados fica alguns metros abaixo do Dona Petisca. Chama‑se Sé la Vie e tem música ao vivo e DJ todos os fins de semana. Estreou-se em março de 2015 e é um espaço «aberto a todos», nascido da vontade de «fazer cultura» de Luís. Frequentado por estudantes, professores universitários e turistas, consegue juntar, acima de tudo, os amantes de música. A boémia pode ser acompanhada com diversas cervejas especiais estrangeiras. Para petiscar há tortilhas, bolas, salsicha alemã e saladas. Aqui ouve‑se um pouco de tudo, com destaque para rock, funk, jazz ou soul. Na porta ao lado, a música é outra, mas também alternativa. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Altar Um dos inquilinos mais recente da zona é o Altar, vocacionado para o revivalismo musical a par das jam sessions de jazz, blues e outros géneros. A ideia nasceu «numa noite de copos entre amigos», explica Jorge Ferro, um dos proprietários. «Queríamos que viesse preencher o que não havia aqui, uma linha musical que satisfizesse o público mais adulto.» Quando não há sessões de improviso, abre‑se a pista com pop revivalista. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Convento do Carmo A revisão da noite bracarense não estaria completa sem se falar do Convento do Carmo, «sagrado», hoje, para quem gosta de dançar até de madrugada. Com salas para concertos, pistas para diversos tipos de música – da eletrónica ao rock – espaço de restaurante e até uma piscina, nos claustros. (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)
Hotel do Parque O Hotel do Parque, renovado em 2014, começou, no século xix, como convento. Em 1974, foi abrigo para quem regressou das antigas colónias africanas e, em 1987, foi integrado na estância dos hotéis do Bom Jesus, da qual fazem parte outras três unidades – Lago, Templo e Elevador. Na mais recente renovação, a receção regressou ao sítio original, cobriram‑se os claustros para que pudessem ser utilizados como salas de estar e instalou‑se spa e ginásio. O hotel, de quatro estrelas, tem quarenta quartos e quatro suites, e funciona em interligação com os outros três. Quem quiser experimentar as especialidades culinárias do Bom Jesus terá de andar alguns metros até ao Hotel do Elevador, onde se encontra o restaurante Panorâmico, com vistas privilegiadas para a cidade e propostas de comida regional. Porque aqui ainda manda a tradição. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Santuário do Bom Jesus Em meados de 2014, foi apresentada à UNESCO a candidatura do Santuário do Bom Jesus a Património da Humanidade e este clássico de Braga continua a ser um lugar incontornável de passeio. O complexo, sobranceiro à cidade, é composto por uma igreja, uma escadaria, um funicular – o mais antigo da Península Ibérica a utilizar o sistema de contrapeso de água –, parques e jardins. Foi entre finais do século xviii e o início do século xix que se ergueu o complexo, que continuou a crescer nas décadas seguintes, com vários edifícios religiosos e de apoio aos muitos viajantes que por lá passavam. (Fotografia de Paulo Jorge Magalhães/GI)

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É a cidade portuguesa com mais igrejas por metro quadrado e uma longa tradição católica que transforma as ruas durante a semana santa. A zona da Sé é, previsivelmente, o epicentro de todas as celebrações, que têm o seu apogeu durante a procissão do Enterro do Senhor, na noite da sexta-feira santa, a partir das 22h00. Um dia antes, é a vez dos tenebrosos farricocos percorrerem Braga, nas suas vestes negras, cara encoberta por um capuz e pés descalços.

Nem tudo se resume às celebrações católicas. Também pelas ruas da Sé é possível encontrar os traços de modernidade que marcam a renovação da cidade. Novas lojas, galerias de arte contemporânea e originais espaços de petiscos vão espreitando por entre as esquinas do centro onde, há meia dúzia de anos, poucos eram os que por ali passeavam até altas horas da madrugada.

Numa altura em que as procissões dominam quase todos os percursos, a Evasões sugere um roteiro complementar para conhecer o outro lado da nova dinâmica bracarense, entre bares e cocktails, concertos, doces tradicionais e inovadora cozinha étnica.

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