Era uma vez uma casa muito pequenina, estreitinha e apertadinha no coração histórico de Viseu, onde só se chega a pé. O abuso do sufixo «inha» tem apenas uma desculpa: a de reforçar a ideia de que se trata, de facto, de um espaço bastante acanhado. Só que isso nunca o impediu, ao longo de várias décadas e gerações, de ser levado muito a sério nas lides gastronómicas da cidade.
Pela segunda vez, Paulo Almeida e Margarida Cardoso, à frente do restaurante Mesa d’Alegria e da recém-inaugurada casa de alojamento local Charme & Alegria, recuperaram para a vida um estabelecimento fechado e imprimiram-lhe a sua marca. Paulo lembra-se da Casa dos Queijos desde os tempos de estudante, pois, além da loja no rés-do-chão (que se mantém ao cuidado do antigo proprietário, o senhor Viana, mas por uma duração limitada), sempre houve petiscos e comida caseira a bom preço. Organizado em dois níveis, acessíveis por escadas, com apenas sete mesas (lugar para 28 pessoas), o estabelecimento conservou a patina, agora mais kitsch e vintage do que rústica, e a premissa de servir bem sem cobrar muito.
Em pouco mais de um mês após a reabertura, os viseenses, na sua maioria jovens, aderiram à fórmula com pratos do dia ao almoço e uma ementa fixa ao jantar (dois pratos de carne, um de peixe e queijos) por 15 euros. Da cozinha saem pitanças como vitela, pataniscas, ensopado de borrego ou massa à lavrador, sabores conhecidos de todos, porque há coisas que são para manter.
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